* * * * * * * * * * * * ** * GENI MARIANO GUIMARÃES
Nasceu em 08 de setembro de 1947, signo de virgem,
em São Manuel, Estado de São Paulo, Brasil
Escreveu para vários jornais e foi professor.
*
CANTOePALAVRAS
*
Terceiro Filho, 1979. . .
*
Ser Negra,
Na integridade,
Calma e morna dos dias.
-
Ser Negra,
Das carapinhas,
De dorso brilhante
Pés soltos nos caminhos.
-
Ser Negra,
De negras mãos,
De negras mamas,
De negra alma.
-
Ser Negra
De verso e reverso,
De choro e de riso,
Ser Negra.
-
Negra!
Nos traços,
Nos passos,
Na sensível sensibilidade.
-
Ser Negra, Negra.
Puro Afro sangue Negro,
Saindo aos jorros por todos os poros.
*
GENI MARIANO GUIMARÃES
"Integridade"
Na integridade,
Calma e morna dos dias.
-
Ser Negra,
Das carapinhas,
De dorso brilhante
Pés soltos nos caminhos.
-
Ser Negra,
De negras mãos,
De negras mamas,
De negra alma.
-
Ser Negra
De verso e reverso,
De choro e de riso,
Ser Negra.
-
Negra!
Nos traços,
Nos passos,
Na sensível sensibilidade.
-
Ser Negra, Negra.
Puro Afro sangue Negro,
Saindo aos jorros por todos os poros.
*
GENI MARIANO GUIMARÃES
"Integridade"
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LÚCIO DE MENDONÇA
Nasceu em 10 de Março 1854, Barra do Piraí, Rio de Janeiro, Brasil
Poeta, escritor, jornalista, advogado...
Faleceu em 23 de Novembro de 1909, Rio de Janeiro, Brasil
-
CANTOePALAVRAS
Nevoas Matutinas (poesias), 1872;
Alvoradas (poesias), 1875; Visões do Abismo (poesias), 1888;
Vergastas (poesias), 1889; Canções de Outono (poesias)1896....
*
É um lobo do mar: numa espelunca
mora, à beira do oceano, em rocha alpestre.
Ira-se a onda e, qual tigre silvestre,
de mortos vegetais a praia junca,
-
e ele, olhando como um velho mestre
o revoltoso que não dorme nunca,
recurva o dedo como garra adunca
sobre o cachimbo, único amor terrestre.
-
E então assoma-lhe um sorriso amargo...
É um rebelde também, cérebro largo,
que odeia os reis e os padres excomunga.
-
À noite, dorme sem rezar: que importa?
Enorme cão fiel, guarda-lhe a porta
o velho mar soturno que resmunga.
*
"O Rebelde"
Lúcio de Mendonça
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LÚCIO DE MENDONÇA
Nasceu em 10 de Março 1854, Barra do Piraí, Rio de Janeiro, Brasil
Poeta, escritor, jornalista, advogado...
Faleceu em 23 de Novembro de 1909, Rio de Janeiro, Brasil
-
CANTOePALAVRAS
Nevoas Matutinas (poesias), 1872;
Alvoradas (poesias), 1875; Visões do Abismo (poesias), 1888;
Vergastas (poesias), 1889; Canções de Outono (poesias)1896....
*
É um lobo do mar: numa espelunca
mora, à beira do oceano, em rocha alpestre.
Ira-se a onda e, qual tigre silvestre,
de mortos vegetais a praia junca,
-
e ele, olhando como um velho mestre
o revoltoso que não dorme nunca,
recurva o dedo como garra adunca
sobre o cachimbo, único amor terrestre.
-
E então assoma-lhe um sorriso amargo...
É um rebelde também, cérebro largo,
que odeia os reis e os padres excomunga.
-
À noite, dorme sem rezar: que importa?
Enorme cão fiel, guarda-lhe a porta
o velho mar soturno que resmunga.
*
"O Rebelde"
Lúcio de Mendonça
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CIRO COSTA
Ciro Leandro Costa da Fonseca
Nasceu em 10 de maio de 1879, signo de touro.
Limeira, Estado de São Paulo, Brasil.
Faleceu 22 de junho de 1937.
*
CANTOePALAVRAS
Pai João; Estelário; Sob a Metralhadora;
Terra Prometida . . . .
*
I
Beijo-te as lindas mãos com que me feres.
As lindas mãos com que me feres, beijo.
Entre os desejos meus eu só desejo
ter a vaga ilusão de que queres.
-
E é só. E é tudo. Entanto, se puderes
arme com um sorriso o meu cortejo.
Já não me iludo ao ver-te qual te vejo
uma mulher como as demais mulheres.
-
Ao teu julgo, ai de mim, estou sujeito.
Se há goivos que vicejam no meu peito
vivo contigo, amor, em pensamento.
-
toda a mulher é rosa - aroma e espinho.
Todo o homem é um farrapo solto ao vento
mas, ai dele! sem rosas no caminho . . .
CIRO COSTA
"Rosas"
*
II
Lúgubre, acaçapada, espiando no ermo, à beira
do açude da fazenda, a lua de opala,
com sussurros de reza ou rumores de feira,
via-se, num quadrado, a sordida senzala . . .
-
Sobre um velho jirau forrado de uma esteira,
ei-la, embalando ao colo - e com que amor na fala! -
o sinhozinho branco, a quem se dava, inteira,
até que, adulto, fosse, um dia, vergastá-la.
-
Sofre como ninguém! com fervor, nunca visto;
persignava-se ao ver céus azuis e montanhas:
Louvado seja Deus Nosso Sinhô - Suns Christo!
-
Na escravidão do amor, a criar filhos alheios,
rasgou, qual pelicano, as materias entranhas,
e devia Pátria Livre, em Prolocausto, os seios.
*
CIRO COSTA "Mãe Preta"
Detalhe de "La Negra" pintura de
Tarsila do Amaral, 1925, brasileira.
"Museu de Arte Contemporânea", U.S.P., Brasil.
▬▬
NEI LEANDRO
Nei Leandro de Castro
Nasceu a 30 de maio de 1940, signo de gêmeos.
Caicó Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.
Poeta, jornalista, redator . . .
Integrante do famoso jornal "Pasquim" . . .
Homenagens: Premio União Brasileira de Escritores . . .
*
CANTOePALAVRAS
Pastor e a Flauta; Voz Geral; Romance da cidade de Natal;
Canto contra Canto; Feira Livre; Musa Verão;
Zona Erógena; Era uma vez Eros; 50 Sonetos de Forno e Fogão;
O Dia das Moscas(romance); Diário Intímo da Palavra;
As Pelejas de Ojuara(romance); Dunas Vermelhas, 2004;
Fotaleza dos Vencidos, 2009 . . .
*
Talvez fosse dia e gaivotas cegas
de azul pousassem na manhã,
mas a noite dormia no leito
onde chorei meu primeiro canto.
Cantei por senzalas endormidas
- com voz igual a que nunca ouvi -
uma canção longíqua de procura
e os meus braços se alongaram para o eito.
Mas pelo mundo fiz-me herói involuntário:
todo o meu pranto milenar de angústia
desce invisível e se transforma em canto.
Uma estranha senhora cor da noite
teceu em meu peito uma harpa
da cor da lua incendiando o Nilo.
*
NEI LEANDRO
"Poema do Negro Africano"
O Pastor e a Flauta
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PAULO COLINA
Paulo Eduardo de Oliveira
Nasceu 09 de março de 1950, signo de Áries.
Colina, Estado de São Paulo, Brasil.
Poeta, compositor, cantor, ator . . .
*
CANTOePALAVRAS
Fogo Cruzado(conto), 1980; Plano de vôo, 1984;
A Noite não Pede Licença, 1987; Todo o Fogo da Luta, 1989 . . .
*
Maio,
treze,
mil oitocentos e oitenta e oito,
me soam como um sussurro cósmico.
-
A noite sobressaltada
por sirenes me sacode.
-
Reviro os bolsos à procura do passe
que me permite, São Paulo, cruzar ruas
em latente paz.
-
A Princesa esqueceu-se de assinar
nossas carteiras de trabalho.
-
Desconfio, sim, que Palmares vivo
é necessário.
*
PAULO COLINA
"Pressentimento"
A Noite Não Pede Licença
▬▬
BRUNO CATTONI
Bruno Cattoni Vasconcellos
Nasceu em 1957, no Rio de Janeiro, Brasil.
Poeta e jornalista . . .
*
CANTOePALAVRAS
Figuras;
Conspirações e inconfidências de um caçador de meninas gerais;
Ah!
Kalusha, 2002; Osso, 2005; Silêncio dos Girassóis, 2007 . . .
*
I
É curva, mas ao encontro das mãos
é planície
è vulva, mas ao encontro das mãos
é missa
É noiva, mas ao encontro das mãos
é feitiço
É turva, mas ao encontro das mãos
é mestiça
É luva, mas ao encontro das mãos
vem bulir
Coração indevassável, mas ao encontro das mãos
pedra físsil
É nuvem, mas ao encontro das mãos
superfície
É oculta, mas ao encontro das mãos
comício
É nunca, mas ao encontro das mãos
é vestígio
É uva, mas ao encontro das mãos
audácia
É luta, mas ao encontro das mãos
é pelo convívio
É carapuça, mas ao encontro das mãos
é persona
Soluça, mas ao encontro das mãos
se oferece e
de bruços, anoitece
*
BRUNO CATTONI
¨Ao encontro das mãos¨
Ah!
▬▬
▬▬
BRUNO CATTONI
Bruno Cattoni Vasconcellos
Nasceu em 1957, no Rio de Janeiro, Brasil.
Poeta e jornalista . . .
*
CANTOePALAVRAS
Figuras;
Conspirações e inconfidências de um caçador de meninas gerais;
Ah!
Kalusha, 2002; Osso, 2005; Silêncio dos Girassóis, 2007 . . .
*
I
É curva, mas ao encontro das mãos
é planície
è vulva, mas ao encontro das mãos
é missa
É noiva, mas ao encontro das mãos
é feitiço
É turva, mas ao encontro das mãos
é mestiça
É luva, mas ao encontro das mãos
vem bulir
Coração indevassável, mas ao encontro das mãos
pedra físsil
É nuvem, mas ao encontro das mãos
superfície
É oculta, mas ao encontro das mãos
comício
É nunca, mas ao encontro das mãos
é vestígio
É uva, mas ao encontro das mãos
audácia
É luta, mas ao encontro das mãos
é pelo convívio
É carapuça, mas ao encontro das mãos
é persona
Soluça, mas ao encontro das mãos
se oferece e
de bruços, anoitece
*
BRUNO CATTONI
¨Ao encontro das mãos¨
Ah!
▬▬
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