sábado, 13 de junho de 2009

092 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "


MURILO ARAÚJO
Nasceu em, 1921, Sêrro, Estado de Minas Gerais, Brasil.
Na Universidade do Rio de Janeiro, doutorou-se em Direito. . .
*
CANTOePALAVRAS
A Galera, 1917; Carrilhões, 1917;
Árias de Muito Longe, 1921; A Cidade de Ouro, 1921;
A Iluminação da Vida, 1927; As Sete Cores do Céu, 1933;
A Estrela Azul, 1940; A EScadaria Acesa, 1942;
Luz Perdida, 1952. . .
*
Negro -
quando cava, quando cansa,
quando pula, quando tomba,
quando grita, quando dança,
quando brinca, quando zomba
sente gana de "chorá". . .
-
Negro -
quando nasce, quando cresce,
quando luta, quando corre,
quando sobe, quando desce,
quando "véve", quando morre
negro pena sem "pará". . .
-
Negro, aponta o ponto -
ai Umbanda!
ginga tonto, tonto -
ai Umbanda!
Negro aponta: OÔu!
-
Negra núa, núa ai Umbanda!
toma a "bença" à lua -
ai Umbanda!
samba núa . . . Oôu!
-
Xangô!
Meu céu "s'ecureceu".
Exú me despachou. . .
Calunga me prendeu . . .
-
Xangô! Xangô! Xangô!
Meu rancho se acabou . . .
Meu reino - mar levou . . .
Meu bem "morêu" . . . morreu.
-
Negro -
negro chora, negro samba
na macumba do quilombo,
com malafo p'ra moamba
dando bumba no ribombo!
do urucungo e do ganzá!
-
Negro -
cae no congo, cae no congo,
dos mirongas ao muganga,
todo o bando nesse jongo . .
roda, negro - roda a tanga
chora banzo no gongá.
-
Negro aponta o ponto -
ai Umbanda!
ginga tonto, tonto -
ai Umbanda!
Negro aponta: Oôu!
-
Se Xangô chegasse . . .
ai Umbanda!
e me carregasse -
ai Umbanda!
coisa boa . . . Oôu!
*
MURILO ARAÚJO
"Toada do Negro do Banzo"
As Sete Cores do Céu

Nenhum comentário: