sábado, 27 de junho de 2009

070 - Marquesa de Alorna " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "

MARQUESA DE ALORNA
D. Leonor de Almeida de Portugal
Lorena e Lancastre
"Alcipe"( filha do deus Ares, mitologia grega).
Batizada com este apelido, por Francisco Manuel
do Nascimento, poeta.
E "Mulher Extaordinária", por Alexandre Herculano.
Nasceu em 31 de outubro de 1750, signo de escorpião,
em Lisboa, Portugal.
Quarta Marquesa de Alorna.
O pai Marquês de Alorna, foi preso no forte de
Junqueira, por imposição do Marquês de Pombal.
A Marquesa de Alorna, tinha na época oito anos,
e foi interndada, com sua mãe, e a irmã, no Convento
de São Felix, Chelas.
Falava o Francês, Inglês, Alemão . . .
Homenagens: Pintura de seu Retrato por
Pitschmann, 1780.
Seu corpo faleceu, em 11 de outubro de 1839.
Estilo Pré- Romantismo. . .
Arcádia Lusitana
*
CANTOePALAVRAS
Obras Poéticas de D. Leonor de Almeida "Alcipe", 1844,
(seis volumes), pós-morte.
*
I
Esperanças de um bem tão contigente,
Com que fim me andais sempre atormentando?
Se inútil é que eu viva suspirando,
Porque me não deixas viver contente?
-
Ora fingis distante, ora presente
O motivo do mal que estou chorando;
fingi-me, se podeis, ao menos quando
Hei-de viver feliz, sendo indiferente.
-
Se tanto vos aflige o meu sôssego
Que o pertubais por tão tirano,
Matai-me, que a morrer eu não me nego.
-
Mas se viva, o destino desumano
Me quere, fugi; que eu triste já me entrego
ao descarnado e duro desengano.
*
MARQUESA DE ALORNA
"Soneto"
Poesias
*
II
Sózinha no bosque
Com meus pensamentos,
Calei as saudades,
Fiz trégua a tormentos.
-
Olhei para a lua,
Que as sombras rasgava,
Nas trémulas águas
Seus raios soltava.
-
Naquela torrente
Que vai despedida
Encontro assustada
A imagem da vida.
-Do peito, em que as dores
Já iam cessar,
revoa a tristeza,
E torno a penar.
*
MARQUESA DE ALORNA
"Redondilhas"
Poesias
*
III
Sonhos meus, suaves sonhos,
Sois melhores que a verdade;
quando sonho, sou ditosa,
Sem o ser na realidade.
-
Amor, tu vens nos meus sonhos
Acalmar-me o coração;
Mas, cruel! Quanto prometes
Não passa de uma ilusão!
-
Sonhei, tirano, esta noite,
Sonhei que tu me chamavas,
E que sobre a relva branda
Tu mesmo me acalentavas.
-
Disseste-me: "Dorme, Alcipe,
Depôe todos teus cuidados;
Amor sobre ti vigia,
Mal podes temer os fados."
-
Dormi: neste dobre sono
Me achei num palácio de ouro;
Entregaram-me uma chave
Para que abrisse um tesouro.
-
- "Chave mágica, sublime,
Que me vais tu descobrir?
Se é menos do que desejo,
será melhor não abrir. . ."
-
- "Abre, Alcipe - qual trovão
Brada o Deus que me vigia.
Acordei sobressaltada,
E abriu-se, mas foi o dia.
*
MARQUESA DE ALORNA
"Sonho"

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