terça-feira, 23 de junho de 2009

078 - "OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "


JOÃO CABRAL DE MELO NETO
Nasceu 09 de janeiro de 1920, signo de capricórnio,
Recife, Estado de Pernambuco, Brasil.
Poeta, foi diplomata em diversos países da Europa, como
Espanha, Inglaterra. "Academia Brasileira de Letras"
Imortal 1969 . . .
Homenagens: Premio "Jabuti", 1967; Premio "Camões". . .
Estilo Modernista
*
CANTOePALAVRAS
Considerações sobre o Poeta Dormindo(prosa), 1941;
Pedra do Sono, 1942; O Engenheiro, 1945; Psicologia
da Composição, 1947; O Cão sem Plumas, 1950;
O Rio ou Relação da Viagem que faz o Capibaribe
de sua Nascente à Cidade do Recife, 1954;
Duas Águas(Morte e Vida Severina), 1956;
Quaderna, 1960; Dois Parlamentos, 1961;
Terceira Feira; A Educação pela Pedra, 1966;
Museu de Tudo, 1975; Sevilha Andando . . .
*
I
As nuvens são cabelos
crescendo como os rios;
são os gestos brancos
da cantora muda;
-
São estátuas em voo
à beira de um mar;
a flora e a fauna leves
de países de vento;
-
São o olho pintado
escorrendo imóvel;
a mulher que se debruça
nas varandas do sono;
-
São a morte(a espera da)
atrás dos olhos fechados;
a medicina, branca!
Nossos dias brancos.
*
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
"As Nuvens"
O Engenheiro
*
II
Uma educação pela pedra: por lições;
para aprender da pedra, freqüentá-la;
captar sua voz inenfática, impessoal
(pela de dicção ela começa as aulas).
A lição de moral, sua resistência fria
ao que flui e a fluir, a ser maleada;
a poética, sua carnadura concreta;
a de economia, seu adensar-se compacta:
lições da pedra(de fora para dentro,
cartilha muda), para quem soletrá-la.
-
Outra educação pela pedra: no Sertão
(de dentro para fora) e pré-didática).
No Sertão a pedra não sabe lecionar,
e se lecionasse, não ensinaria nada;
lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
uma pedra de nascença, entanha a alma.
*
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
"A Educação pela Pedra"
A Educação pela Pedra
*
III
As nuvens são cabelos
crescendo como os rios;
são os gestos brancos
da cantora muda;
-
são estátuas em voo
à beira de um mar;
a flora e a fauna leves
de países de vento;
-
são o olho pintado
escorrendo imóvel;
a mulher que se debruça
nas varandas do sono;
-
são a morte (a espera da)
atrás dos olhos fechados;
a medicina, branca!
nossos dias brancos.
*
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
"As Nuvens"
O Engenheiro
*
IV
De flanco sobre o lençol,
paisagem já tão marinha,
a uma onda deitada,
na praia, te parecias.
-
Uma onda que parava
ou melhor: que se continha;
que contivesse um momento
seu rumor de folhas líquidas.
-
Uma onda que parava
naquela hora precisa
em que a pálpebra da onda
cai sobre a própria pupila.
-
Uma onda que parara
ao dobrar-se, interrompida,
que imóvel se interrompesse
no alto de sua crista.
-
e se fosse montanha
(por horizontal e fixa),
mas que ao se fazer montanha
continuasse água ainda.
-
Uma onda que guardasse
na praia cama, finita,
a natureza sem fim
do mar de que participa,
-
e em sua imobilidade,
que precária se adivinha,
o dom de se derramar
que as águas faz femininas
-
mais o clima de águas fundas,
a intimidade sombria
e certo abraçar completo
que dos líquidos copias.
*
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
"Imitação da Água"
Quaderna
*
V
Há um homem sonhando
numa praia; um outro
que nunca sabe as datas;
há um homem fugindo
de uma árvore; outro que perdeu
seu barco ou seu chapéu;
há um homem que é soldado;
outro que faz de avião;
outro que vai esquecendo
sua hora, seu mistério,
seu medo da palavra véu;
e em forma de navio
há ainda um que adormeceu.
*
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
"Janelas"
Pedra do Sono
*
VI
No fim de um mundo melancólico
os homens leem jornais.
Homens indiferentes a comer laranjas
que ardem como o Sol.
-
Me deram uma maçã para lembrar
a morte. Sei que cidades telegrafam
pedindo querosene. O véu que olhei voar
caiu no deserto.
-
O Poema final ninguém escreverá
desse mundo particular de doze horas.
Em vez de juízo final a mim me preocupa
O sonho final.
*
JOÃO CABRAL DE MELO NETO
"O Fim do Mundo"
O Engenheiro
▬▬
CÉSAR LEAL
Francisco César Leal
Nasceu a 20 de março de 1924, signo de peixes,
Saboeiro, estado de Pernambuco, Brasil.
Poeta, professor, jornalista . . .
Formou-se em Filosofia na "Universidade Católica de
Pernambuco" e Jornalismo.
Professor de Teoria de Literatura "Universidade Federal
de Pernambuco" U.F.Pe.
Gravou para a "Universidade de Harvard"(biblioteca),
poemas em Língua Portuguesa.
Homenagens:
Premio "Menendiz y Pelayo", Instituto Cultural Hispânica, 1956;
Premio "Vânia Souto Carvalho", 1957;
Premio "Othon Bezerra de Melo",Academia Pernambucana de
Letras, 1964; Premio "Cavaliere" da Ordem do Mérito da
República Italiana, 1965; Premio "Olavo Bilac",1987;
Premio "Machado de Assis, 2006 . . .
Faleceu em 05 de Junho de 2013.
*
CANTOePALAVRAS
Invenções da Noite Menor, 1957;
Romance do Pantaju, 1962; O Triunfo das Águas, 1968;
Os Cavaleiros de Júpiter, 1968; Literatura! A Palavra como
Forma de Ação (ensaio), 1968; Jornal de Verão, 1969;
A Quinta Estação, 1972; Introdução ao Estudo da
Poesia de Camões (ensaio), 1975;
Tambor Cósmico, 1978; Os Heróis, 1983;
Constelações, 1986; Arranha-céu e outros Poemas, 1994;
Alturas,1997; Minha Águia; Sutilíssimo Eterno;
Homens e Bois; Os Dois Semestres de Jaguaribe;
Vaqueiros; Carta aos Rinocerontes; Luz de Granada;
Elogio do Sonho; Ode quase Bíblica . . .
*
A Linguagem é pedra a linguagem é sombra
A linguagem é luz a linguagem é fogo
A linguagem é brisa a linguagem é nuvem
A linguagem é amor.
-
A Linguagem é limo a linguagem é ventre
A linguagem é forma a linguagem é flor
A linguagem é rosa a linguagem é bruma
A linguagem é amor.
-
A linguagem é porta aberta ao canto
A linguagem é muro oposto ao ódio
A linguagem é fumo em ar disperso
A linguagem é amor.
-
A linguagem é bandeira a linguagem é
A linguagem dos homens neutros e foscos
A linguagem imatura das crianças
a linguagem é amor.
*
CÉSAR LEAL
"Metalinguagem"
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ROSÁRIO SANTIAGO PEREIRA
Nasceu em 13 de outubro de 1966, signo de libra.
Caicó, Estado do Rio Grande do Norte, Brasil.
Poeta . . . .
*
CANTOePALAVRAS
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
*
Se cada um faz sua parte,
Sem ao próximo oprimir,
Na vida, teremos prêmios,
Que não podemos omitir
É um bom dia gostoso,
Um até logo, voltamos a nos ver,
Porque a amizade e o carinho
São valores a nos pertencer.
Quando a tristeza quer chegar
Com saudade de algo, alguém,
Sorria e agradeça a Deus
A dádiva de estar bem!
Neste planeta, que agora é de regeneração,
Que façamos a nossa parte.
Com solidariedade e seriedade
São os frutos do coração!
Ser feliz é ser amigo, irmão,
É fazer de cada instante
Um momento de oração
E agradecer a Deus a nossa missão!
*
ROSÁRIO SANTIAGO PEREIRA
"Ser Feliz"
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