sábado, 4 de julho de 2009

062 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "

"Meu Jardim" Foto LuisD.
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JOSÉ PAULO MOREIRA DA FONSECA
Nasceu a 13 de junho de 1922, signo de gêmeos,
Rio de Janeiro, Brasil . . .
Poeta...
Homenagens: Premio "Jabuti", 1974.
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CANTOePALAVRAS
Elegia Diurna, 1947; Poesias, 1949; Concerto, 1950;
Dois Poemas, 1951; A Tempestade e Outros Poemas, 1956;
Raízes, 1957; Três Livros, 1958; Seqüência, 1962;
Uma Cidade, 1965 . . .
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I
É noite, estamos entre as sombras
e o ardor da lampada,
dois grãos de areia no imenso mundo; a janela nos mostra
Sírius, Orion, a Balança -
pouco me importam,
és tu que contemplo, tua luz me aclara
a alma envolta em tão escuro manto.
-
Deixa-me ver teus olhos,
neles acharei distância ainda mais longíqua
que a daqueles frios e noturnos fogos.
Vem a meus braços,
hei de sentir todo o pulsar da primavera
como quem tocasse numa flor.
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JOSÉ PAULO MOREIRA DA FONSECA
" Luz e Trevas "
Três Livros
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II
Nesta noite, no breve tempo desta noite,
que o mundo seja fiel aos nossos desejos.
O coreto - flor acesa - inunda a praça,
pouco importa que estejamos tão diversos
de nós de todo o dia
se este embuços de roupa e esta brisa na alma
dão-nos alento de viver eternamente.
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JOSÉ PAULO MOREIRA DA FONSECA
" Festa "
Uma Cidade

"BIENAL, 2010"
 pintor Rodrigo Andrade, Brasil, Foto LuisD.

III
Antes do rubor da aurora
O teu vermelho canto se ergue em flamas
ferindo a noturna paisagem, mas tão rude e sofrego
Que dir-se-ia tudo perdido. E o repetes
E um novo cantar, ao longe, nos relembra a imensidão das sombras.
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JOSÉ PAULO MOREIRA DA FONSECA
"O Galo"
A Tempestade

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JOSÉ HELDER DE SOUZA
Nasceu e 22 de fevereiro de 1931, signo de peixes.
Massapé, Estado do Ceará, Brasil.
Poeta, escritor . . .
Participou da Academia Brasileira de Letras, 1984. . .
Faleceu em 07 de outubro de 2007.
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CANTOePALAVRAS
A Musa e o Homem, 1959; Coisas e Bichos, 1977;
A Grandeza das Coisas, 1978; Os Homens do Pedregal, 1979;
Sonetos de São Luiz, 1981; De Mim e das Musas, 1982;
Cabo Plutarco o Berro d'Água, 1982; Relvas do
Planalto, 1990; Rio de Ventos, 1992; Pequenas Histórias
Matutas, 2000; Gestos de Adeus, 2001 . . .
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Já se desvanecem as luzes
vistas, distantes, por entre
ramos de altas árvores
balançadas pelo vento,
nas agruras do crepúsculo.
-
Velozes se adensam
às sombras da noite agra
via de inauditos sonhos
em que as estrelas tentam
tremuluzir pelos esconsos
das nuvens tempestuosas,
mais negra se faz a noite,
raios cortam a escuridão,
ribombam trovões, a chuva
alaga a noite ingente,
inunda corações no temor
do fim a vir, a vida
se esmelingüindo sob as águas.
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JOSÉ HELDER DE SOUZA
"Inundação"
"Aquário" Foto LuisD.

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