sábado, 4 de julho de 2009

061 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "


LUIZ MIGUEL NAVA
Nasceu, a 29 de setembro de 1957, signo de libra,
cidade de Viseu, Portugal.
Doutourou-se em " Filologia Românica" na Universidade
de Lisboa, Portugal,1980. Participou em várias
revistas e jornais.
Recebe o Prémio "Revelação de Poesia", 1978 . . .
*
CANTOePALAVRAS
Películas, 1979; A Inércia da Deserção, 1981;
O Pão a Culpa a Escrita(ensaio), 1982;
Como Alguém Disse, 1982; Rebentação, 1984;
O Céu sob as Entanhas, 1989 . . .
*
Não muita vez nos vemos, mas se poucos
amigos há para falar
dos quais me sirvo de relampagos, de todos
é ele o que melhor vai com a minha fome.
-
Os dedos com que tocou
persistem sob a pele, onde a memória os move.
Tacteiam, impolutos. Tantas vezes
o suor os traz consigo da memória, que não tenho
na pele poro através
do qual eles não procurem
sair quando transpiro. A pele é o espelho da memória.
*
LUIZ MIGUEL NAVA
"Não muita vez "
A Inércia da Deserção
ALEXANDRE PINHEIRO TORRES
Alexandre Maria Pinheiro Torres
Nasceu em 27 de dezembro de 1921, signo de capricórnio
Amarante, Portugal.
Escritor, professor . . .
Cursou Ciências Físico-Químicas, Universidade do Porto,
Letras, Ciências Histórico-Filosóficas, Universidade
de Coimbra, Portugal.
Professor da Faculdade de Cardiff, País de Gales, 1965,
em 1970, fundou a disciplina "Literatura Africana
de Expressão Portuguesa". Um dos fundadores da
revista "Serpente", participação ativa em revistas
como "Seara Nova" "Gazeta Musical", "Jornal de Letras e Artes"
Exilado pelo regime ditaturial, em Portugal . . .
Homenagens:
Prémio Ensaio "Jorge de Sena" Associação Portuguesa de
Escritores; P´rémio Ensaio "Ruy Belo", Portugal;
Prémio "Poesia", Associação Portuguesa de Escritores . . .
Faleceu em 03 de agosto de 1999.
*
CANTOePALAVRAS
Quarteto Para Instrumentos de Dor, 1950;
Novo Génesis, 1950; A Voz Recuperada, 1953;
O Neo-Realismo(ensaio), 1963;
Poesia: Programa para o Concreto(ensaio), 1966;
O Mundo em Equação(ficção) 1967; Ilha do Desterro, 1968;
A Terra de Meu Pai, 1972;
A Nau de Quixibá(romance), 1977;
Os Romances de Alves Redol(ensaio), 1979;
O Ressentimento de um Ocidental, 1981;
A flor Evaporada, 1984; Contos(romance), 1985;
O Adeus às Virgens(romance), 1992;
A Quarta Invasão Francesa(romance), 1995;
O Trocar de Século, 1995; A Ilha do Desterro, 1996;
Vai Alta a Noite(romance), 1997;
O Meu Anjo Catarina(romance), 1998;
Amor, Só Amor, Tudo Amor(romance), 1999 . . .
*
I
durante o dia o morcego é o rato
da caravela destroçada. Adora o seco
do tombadinho sótão de casa velha
Para proteger-se do Sol faz um chapéu
-
á volta da cabeça. Bate-lhe tão lento
o pulso que penso. A vida não lhe
dá demora. Força angulos travados
buscando a sombra água das costelas
-
Mal o Sol(mina em luz por e4ntre os
ossos) quer dormir encostado à nuca
do morcego. Vemos então que há alados
ratos de humano rosto e perfil grego.
*
ALEXANDRE PINHEIRO TORRES
"O Rosto das Caravelas"
A Terra de meu Pai
*
II
Uma árvore solitária de velocidade
escultural pisa o telhado da
montanha mas não voa além do
seu fumo. As asas que lhe ardem.
-
Apertam-me em seu torno. Se eu fosse
incomburente sob penas de amianto
mas a alma de um rio busca seco
o sonho da foz. A luz vem reunir
-
o exército inflamável das árvores
de petróleo e denuncia a secura
da solitária palha cujas chamas
não vão mais altas do que as telhas.
*
ALEXANDRE PINHEIRO TORRES
"Emblema"
A Terra de meu Pai

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