sábado, 22 de agosto de 2009

021 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "


"Arte Papagaio", LuisD.

JOSÉ DA NATIVIDADE SALDANHA
Nasceu em 08 de Setembro de 1796 signo de virgem.
Santo Amaro de Jaboatão, Pernambuco, Brasil.
Poeta advogado, politico, ativista. Formou-se em direito, na Universidade de Coimbra. Viveu na França, Inglaterra e outros países mais....
Faleceu em 30 de Março 1830 ou 1832, Bolívia.
*
CANTOePALAVRAS
Poesias
*
Campino galo
De garbo cheio,
No prado voa.
-
De amar contente;
Orna-lhe a frente
Vermelha c'rosa.
-
Ave tão bela
Não viu ninguém.
-
Colar purpúreo
Lhe adorna o peito;
Quando ele entoa 
Doces amores
Por entre as flores
A voz ressoa.
-
Ave tão bela
Não viu ninguém.
*
JOSÉ DA NATIVIDADE SALDANHA
"O Galo-da-Campina"

FARIA NEVES SOBRINHO
Joaquim José de Faria Neves Sobrinho
Nasceu em 02 de Abril de 1872, Recife, Estado de Pernambuco, Brasil.
Jornalista, político, professor, membro da "Academia
Pernambucana de Letras" . . .
Faleceu em 24 de Janeiro de 1927, Rio de Janeiro, Brasil.
*
CANTOePALAVRAS
Quimeras, 1890; Estatuária, Poema do Olhar, 1903;
Estrofes, 1911; Pôr de Sol, 1920; Sol Pôsto, 1923;
Crepúsculo, 1924 . . .
*
É quase sempre assim:
- Ontem, que dia!
Lembram-se? o céu fechado
dava a todas as cousas, no ar parado,
a aflitiva opressão de uma asfixia.
-
Mas choveu toda a noite.
- E, hoje, lavado,
resplende o azul do céu, numa alegria
nova, serena, límpida, macia . . .
Que grande bem me fêz haver chorado! . . .
*
FARIA NEVES SOBRINHO
" Chuvas "
Pôr de Sol

 ¨Meu Jardim"  Foto LuisD.
VITOR SILVA
° Nasceu em 07 de Agosto de 1865, Rio de Janeiro, Brasil.
Poeta...
Faleceu em 13 de Dezembro de 1922, Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
*
CANTOePALAVRAS
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Só, dominando no alto a alpestre serrania,
entre alcantis, e ao pé de um rio majestoso,
dorme quedo na névoa o solar misterioso,
encerrado no horror de uma lenda sombria.
-
Ouve-se à noite, em torno, um clamor lamentoso,
piam as aves de agouro, estruge a ventania,
e brilhando no chão por sobre a selva fria,
correm chamas sutis de um fulgor nebuloso.
-
Dentro um luxo funéreo. O silencio por tudo...
apenas, alta noite, uma sombra de leve
agita-se a tremer nas trevas de veludo...
-
Ouve-se, acaso então, vaguíssimo suspiro,
e na sala, espalhando um clarão cor de neve,
resvala como um sopro o vulto de um vampiro.
*
"Solar Encantado"
Vitor Silva

JOSE ELÓI OTTONI
Nasceu em 01 de dezembro de 1764, signo de sagitário
Serro, antigo Vila do Príncipe, Minas Gerais, Brasil.
Poeta, professor, morou na Itália....
Faleceu em 03 de Outubro de 1851.
*
CANTOePALAVRAS
 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
*
O céu, - quem é que não sente? -
Quis a bem da humanidade,
Que fosse a maternidade
O sacerdócio do amor.
Deu-lhe a voz do sentimento,
Os afetos da ternura,
Deu-lhe o dom de criatura
Semelhante ao Criador.
-
Se vinga o fruto, que nasce,
De ternos suspiros seus,
Então se assemelha a Deus.
Na imagem. que reproduz.
Que dignidade! Estremecem
Os Anjos, a natureza,
Vendo a origem da nobreza
Tão discreta como a luz.
-
E cabe ao ente mais nobre,
No seio do amor nutrido,
roubar ao recém-nascido
O que a ternura lhe deu!
Assim no embate violento,
Que o mundo moral sentia,
Fugiu do centro a harmonia,
E nas trevas se escondeu.
-
Lá se escuta ao som do vento
Na solidão pavorosa
De uma noite tenebrosa
Um inocente gemer . . .
Que tigre de raça humana
No maior agastamento
Pode ouvir este lamento,
Sem jamais se enternecer?
-
Neste recinto inocente,
Onde amor com as graças luta,
Pois que a miséria se escuta,
Este clamor escutei!
¨De que nos serve a existência?
A mão que pode dar vida,
Se torna sempre homicida,
Se do interesse faz a lei¨.
-
¨Pequeninos . . . no regaço
De calor desconhecido,
Expostos . . .!¨ E num gemido
Esta voz emudeceu.
Novo clarão de esperança
Que abre o gênio benfazejo,
Por quem chora e vive o Tejo,
Sobre o recinto desceu.
-
Exultai, ó pequeninos,
Aurora de novo dia
De longe vos anuncia
O da existência prazer.
Sentireis calor tão puro,
Como o Sol, quando enche os vales,
A noite de antigos males
Nova luz vai suceder.
-
Lira, se a Augusta Princesa,
Que tu cantas e eu contemplo,
Nos mostra a seu lado o exemplo
De ternura maternal . . .
Este argumento é mais nobre
Que o teu som pequeno e rude,
Ele descobre a virtude,
Que lida o bem social.
*
JOSÉ ELÓI OTTONI
"Lira"
*

  


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