quinta-feira, 14 de maio de 2009

136 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "

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PAULO FREITAS
Nasceu em 28 de janeiro de 1902, signo de aquário,
Rio Novo, estado de Espírito Santo, Brasil.

Na Universidade do Rio de Janeiro, Faculdade de
Direito, doutourou-se em Leis, 1924.
Membro da Academia Espírito-Santense
de Letras. . .
*
CANTOePALAVRAS

Poema de Anchieta; Tonel de Diógenes;
Oração Acadêmica;Poesia da Saudade;
Jardim das Rosas; Cantigas das Ondas;
Luz do Oriente. . .
*
Suave volúpia do Jardim do Oriente

relembrando ternuras e carinhos;
entre saudades da querida ausente,
o martírio na trama dos esoinhos.
-
Amor-prazer repleto de tristeza,
alegria que é feita de quimera;

desespero repleto de esperança,
esperar de quem muito desespera.
-
Amor é sempre uma alegria triste,
uma esperança que não mais existe
num sonho deslumbrante de beleza.

-
Filosofando sobre a vida e a dor,
vemos que existe sempre uma tristeza
nas alegrias do prazer: - AMOR.
"Meu Jardim" foto LuisD.
*
PAULO FREITAS
"Amor"

FRANCISCO ALVIM
Francisco Soares Alvim Neto
Nasceu em 1938, Araxá, Estado de Minas Gerais, Brasil.
Diplomata em Espanha, Alemanha, França. . .
Homenagens: Premio "Jabuti", 1982 e 1988.
*
CANTOePALAVRAS
Sol dos Cegos, 1968; Passatempo, 1974; Poesias Reunidas,
1988; Lago,Montanha, 1981; Festa, 1981; O Corpo Fora
(prosa), 1982; Papagaio Verde(prosa), 1982; Dândi(prosa),
1985; Corpo Fora, 1988. . .
*

I
No pomar as árvores suavam
e a sombra caía em grossos pingos
*
FRANCISCO ALVIM
Fazenda ou Poemas Reunidos
*
II
Esqueceu-te a vida - por um instante
num banco de jardim
ainda não percebeste mas teu desassossego
serve de alimento a pássaros irônicos
e tuas indagações,
tombam exangues ao pé de árvores indiferentes
*
FRANCISCO ALVIM
" Muito Obrigado "
Cidade ou Poemas Reunidos
*
III
Velho
tu suando
que diabo será isso?
Pernas bambas demais
que fraqueza.
*
FRANCISCO ALVIM
" Velho "
Corpo Fora ou Poemas Reunidos
*
IV
Quando começa a dizer
algo
era prontamente interrompido
estava lá para ouvir e não
para ser ouvido.
*
FRANCISCO ALVIM
" Conversa "
Corpo Fora ou Poemas Reunidos
*
V
Debaixo de um céu azul, azul
saindo da faculdade
soam sirenes
a igreja e o aqueduto passam na janela
são quase duas horas.
*
FRANCISCO ALVIM
" Duas da Tarde "
Lago Montanha ou Poemas Reunidos
*
VI
asa de águia, inútil
atribuir-te o rapto da alegria.
Cravaste garras em Narcíso
nesta margem, na outra
desfiaste seu sorriso
e viraste pedra na terceira
empedernindo a lista. Agor
alegria da infância onde?
Asa de águia a velejar a alma
poitaste vida interrompida:
terceira margem.
*
FRANCISCO ALVIM
"Vida"
Poemas Reunidos
*
VII
O que se desta:
aquilo que nos domina?
Assim mediocre é o amor.
Sagrada seria a ira
mais poderosa e fatal
do que o ódio e o desejo
de ir embora e ficar?
-
Do amor se diz: um momento!
quando ele não é nem castelo,
Palácio fortificado, fortaleza,
catedral, mosteiro, balneário,
sequer o mais remoto refrigério,
O alto da montanha ou o deserto,
se nem escadaria é.
*
FRANCISCO ALVIM
"Grande Coisa"
Poemas Reunidos
"Jardim da Luz" São Paulo, Brasil. 
Foto LuisD.

MARIA ÂNGELA ALVIM
Nasceu em 01 de Janeiro de 1926, Volta Grande, 
Estado de Minas Gerais, Brasil.
Poetisa, irmã de Francisco Alvim...
Faleceu em 19 de Outubro de 1950, Rio de Janeiro, Brasil.
*
CANTOePALAVRAS
Superfície, 1950...

Há uma rosa caída
Morta
Há uma rosa caída
Bela
Há uma rosa caída
Rosa
*
Maria Ângela Alvim
"Há uma rosa caída" 
 
PAULO BOMFIM
Nasceu a 30 de setembro de 1926, signo de libra,
em São Paulo, Brasil.
Jornalista, radialista, e TV,
Membro da "Academia Paulista de Letras", 1963;
Homenagens: Prémio "Olavo Bilac", 1948;
"Troféu Juca Pato", "Intelectual do Ano",
União Brasileira de Escritores, 1981
"Príncipe dos Poetas" Revista Brasília, 1991. . .
Foi instítuido, o Premio "Paulo Bomfim de Poesia", 2004,
Governo do Estado de São Paulo, Brasil. . . .
*
CANTOePALAVRAS
António Triste,1947; Transfiguração, 1951;
Relógio de Sol, 1952; Cantiga do Desencontro, 1954;
Poema do Silêncio, 1954; Sonetos Brancos, 1955;
Armorial, 1956; Quinze Anos de Poesia, 1958;
Poema da Descoberta, 1958; Sonetos, 1959;
Colecionador de Minutos, 1960; Ramo de Rumos, 1961;
Sonetos de Vida e Morte, 1963; Tempo Reverso, 1964;
Canções, 1966; Calendário, 1968; Praia de Sonetos, 1981;
Sonetos do Caminho, 1983; Súdito da Noite, 1992;
Sonetos, 2000; Aquele Menino, 2000; O Caminheiro, 2001;
Tecido de Lembranças, 2004; Livro dos Sonetos, 2006 . . .
*
I
Magros braços das árvores de outono,
Cansaço de embalar manhãs nubladas;
Na memória das aves ainda moram
As folhas mortas pela mão do vento.
-
Braços de espanto, sonho das raízes
Carregadas de passos e pedras;
As almas subterrâneas da cidade
Têm pensamentos verdes sobre o asfalto.
-
O silêncio dos homens se recolhe,
Os capotes naufragam na neblina
E os sapatos carregam folhas mortas.
-
As árvores e os homens se confundem
E o frio conta histórias pelas ruas,
Do tempo em que os poetas foram árvores!
*
PAULO BOMFIM
"XIII"
Sonetos Brancos
Livro dos Sonetos
*
II
Toda esperança que fermenta o vinho
No crepúsculo rubro do lagar.
Sopra o velame dos lençós de linho
E faz o leito insone navegar.
-
E surgem promontórias madrugadas
Com faróis de febre e a cabotagem
De um tripular de sombras ancoradas
Em carne viva que se faz viagem.
-
Esta esperança, embriaguez antiga,
É palpitante perene de conquista,
Grajeira sobre a gávea onde se abriga
-
O grito terra que diz: - Alma à vista!
Faça-se o pressentir em canto obscuro,
Espécie de saudade do futuro.
*
PAULO BOMFIM
"XIX"
Súdito da Noite
Livro dos Sonetos


"Represa de GuarapirangaSão Paulo, Brasil.
 Foto LuisD.
CARLOS LIMA
Luiz Carlos do Rego Lima
Nasceu a 04 de Setembro  de 1945, signo de Virgem
Rio de Janeiro, Brasil signo de virgem.
Poeta e professor de História da Cultura Brasileira . . .
*
CANTOePALAVRAS
Cantos órficos, 1977; Anatomia da melancolia, 1982;
Terra, 1988; Poemas esquerdos, 1992;
Rimbaud no Brasil, 1993;  Phosporos, 2007; Todos os dias . . .

*
A poesia é impossível, fique quieto em sua casa
Dizem que há fome nas esquinas
não saia, ponha grades nas janelas
se saíres leva o teu revólver
vá a um bar da moda peça uma boa dose de cinismo ou desucesso
mas com gelo, o tédio pode-se pagar com cartão de crédito
tudo isto sozinho pois a amizade não vale a pena
está por fora e além do mais não é lucrativo
o amor nem pensar é sentimento pré-histórico
e nestes tempos tornado supérfluo e improdutivo.
Dizem que há mortes e a guerra ainda não acabou
passeie em teu jardim prisioneiro
de anêmonas mortas e cultive os espinhos não as rosas.
Dizem que estão matando a infância na noite metafísica
não se impressione é tudo uma questão de estatística.
O mundo dos ricos continua em paz
enquanto eles dormem as suas riquezas copulam e se multiplicam
eles riem e cochilam uns para os outros:
¨Nós somos os últimos homens nosso " bunkergeist"
da lepra do tempo nos mantém desinfetados  
e no luxo não morremos sufocados.
*
CARLOS LIMA
"Manual de sobrevivência na
Selva Pós-Moderna¨
Todos os dias



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