sábado, 25 de abril de 2009

157 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "



COELHO NETO
Henrique Maximiniano Coelho Neto
Nasceu, a 21 de fevereiro de 1864, signo de peixes,
na cidade de Caxias, Estado do Maranhão, Brasil.

Poeta, romancista, jornalista, professor, politico e diretor da "Escola de Arte Dramática do Rio de Janeiro", Brasil.
Integrante da "Academia Brasileira de Letras".*
CANTOePALAVRAS
Miragem(romance), 1895; Rapsódia(conto), 1891;
Banzo(conto) 1913; Sertão(conto),1896; Vesperal(conto), 1912; Água de Juventa; Fruto Proibido; Romanceiro. . .
 "Meu Jardim" 
Foto LuisD.
*
Ser mãe é desdobrar fibra por fibra
O coração! Ser mãe é ter no alheio
Lábio, que suga o pedestal do seio,
Onde a vida o amor cantando vibra.
-
Ser mãe é ser um anjo que se libra,
Sobre um berço dormindo! é ser anseio,
É ser temeridade, é ser receio,
É ser força que os males equilibra!
-
Todo o bem que mãe goza é bem do filho,
Espelho em que se mira afortunada,
Luz que lhe põe nos olhos novo brilho!
-
Ser mãe é andar chorando num sorriso!
Ser mãe é ter um mundo e não ter nada!
Ser mãe é padecer num paraíso!
*
COELHO NETO
"Ser Mãe"
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MARANHÃO SOBRINHO
Nasceu em 1879, Barra da Corda, Estado do Maranhão, Brasil.
Poeta...
Faleceu em 1915, Manaus, Estado do Amazonas, Brasil.
*
CANTOePALAVRAS
.............................................
*
E um dia as monjas foram dar com ela
morta, da cor de um sonho de noivado,
no silêncio cristão da estreita cela,
lábios nos lábios de um Crucificado...
-
Somente a luz de uma piedosa vela
ungia, como um óleo derramado,
o aposento tristíssimo daquela
que morrera num sonho, sem pecado...
-
Todo o mosteiro encheu-se de tristeza,
e ninguém soube de que dor escrava
morrera a divinal soror Tereza...
-
Não creio que, do amor, a morte venha,
mas sei que a vida da soror boiava
dentro dos olhos do Senhor da Penha...
*
Maranhão Sobrinho
"Soror Tereza
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LEILA MICCOLIS
Nasceu em 1947, Rio de Janeiro, Brasil . . .
Poeta, teatro, roteirista televisão(novelas) cinema . . .
Bacharel em Direito, Rio de Janeiro, Brasil, 1969. . .
*
CANTOePALAVRAS
Gaveta de Solidão, 1965; Trovas que a Vida
Rimou, 1967; Em Perfeito Mau Estado, 1987;
O Bom Filho a Casa Torra, 1992; Achadas e Perdidas, 1997;
Sangue Cenográfico, 1997 . . .
*
Tudo acabado entre nós
Deus é testemunha
que na flor da idade
chorei por ti lágrimas de sangue
e que te amei
com todas as forças do meu ser;
mas a ilusão durou pouco:
a triste realidade dissipou
os meus sonhos e esperança,
assim como o mar desfaz
todo castelo de areia;
com tua perfídia me enganaste;
como um cão vadio me enxotaste;
na rua da amargura me lançaste.
Agora teu olhar me corta
como lâmina fria;
vago como morta viva
sendo a sombra do que fui,
a lembrar de um passado feliz
que não volta mais,
imersa em dor, tormento e padecer,
mas sabendo que este mundo
não comporta o meu sofrer.
*
LEILA MICCOLIS
"Sétimo Céu"

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CLADYR OLIVEIRA DOS SANTOS
Nasceu em 16 de janeiro de 1937, signo de capricórnio.
Cidade do Rio de Janeiro, Brasil.
Poetisa, escreveu para revistas e jornais . . .
*
CANTOePALAVRAS
Eis o Tempo . . . .
*
. . . E de repente
a gente sente
Que dentro da gente
Existe algo diferente
Para se dar,
Sem nada desejar
E, num momento,
Com sentimento
Deixar
O coração falar.
-
Porque escrevo não sei!
Talvez, porque amei
E amo ainda.
Amo a Deus,
Amo a vida florida,
Às vezes, sofrida.
-
Escrever
É deixar renascer
Na lembrança
De, ao menos, sentir
Sem pedir.
É ter dentro do peito
O direito
De viver,
De sofrer,
De sorrir.
-
Escrever
É abrir com emoção
O coração
E pensar . . . pensar . . .
É querer!
É poder!
É sonhar!
*
CLADYR OLIVEIRA DOS SANTOS
"Porque Escrevo"
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SEBASTIÃO DA GAMA
Sebastião Artur Cardoso da Gama
Poeta da Arrábida
Nasceu em 10 de abril de 1924, signo de áries.
Vila Nogueira de Azeitão, perto de Setubal, Portugal.
Reputação imensa, na Literatura Contemporânea
Portuguesa. Cursou na Faculdade de Letras, Universidade de
Lisboa Filologia Românica, 1947.
Participou em revistas como "Árvore" e "Távola Redonda". . .
Homenagens: Foi instituído o Premio Nacional de Poesia
"Sebastião da Gama; Museu "Sebastião da Gama em Vila
Nogueira de Azeitão, 1999 . . .
Faleceu 07 de Fevereiro de 1952.
*
CANTOePALAVRAS
Serra-Mãe, 1945; Cabo da Boa Esperança, 1947;
Campo Aberto, 1950; Pelo sonho é que vamos, 1953. . .
*
I
Nessas noites de morna calmaria
em que o Mar se não mexe e o arvoredo
não murmura, pedindo o Sol mais cedo,
que o resguarde da fria ventania;
-
em que a Lua boceja, se embacia,
e as palavras estagnam, no ar quêdo,
noites podres - até chego a ter mêdo
de me volver também monotonia.
-
E sentão sinto vontade de atirar
meu corpo bruto e nu contra o espanto
da noite, a ver se o quebro e vibro, enfim;
Cair no lago e acordar
os cisnes que adormecem de quebranto
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
Mas só caio, afinal, dentro de mim.
*
SEBASTIÃO DA GAMA
"Pasmo"
Serra-Mãe
*
II
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia a dia.
-
Chegamos? Não chegamos?
-
- Partimos. Vamos. Somos.
*
SEBASTIÃO DA GAMA
"O Sonho"
Pelo Sonho é que Vamos
▬▬
EUCLIDES CAVACO
Nasceu a 25 de dezembro de 194 . . .?, signo de capricórnio.
Seixo de Mira, distrito de Coimbra, Portugal.
Poeta, radialista . . .
Morou em Angola (década de 60).
Mora em Ontário, Canadá, desde 1970 . . .
Faz parte do "Grupo Poético de Aveiro", Portugal.
Homenagens: Premio "PRECOM" da Literatura, Toronto,
Canadá, 2001; Membro Honorário da "Associação Escritores da
Madeira", desde 2008; Membro da "Associação Portuguesa de Poetas";
Membro da "Academia Brasileira de Letras";
*
CANTOePALAVRAS
Pedaços do meu País; Horizontes da Poesia; Voz da Alma;
Terras da Minha Terra; Fado é a Alma Portuguesa . . .
*
I
Saudade é quand'alma chora
o vazio que em nós ficou
de tudo o que foi embora
e na vida nos tocou! . . .
-
É a voz das emoções
que acorda o sentimento
em rios de divagações
que correm sempre em lamento.
-
É lembrança entristecida
que em nós dói profundamente
dum alguém da nossa vida
que partiu ou está ausente . . .
-
É dor no peito calada
e que a nossa alma invade
de memórias feitas nada . . .
apenas . . . Voz da Saudade! . . .
*
EUCLIDES CAVACO
"Voz da Saudade"
(Mais Poemas . . ."Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Língua Portuguesa", pág. 015;
"Donde borbota, minha Saudade" pág. 193).
▬▬
AFFONSO DUARTE
Joaquim Afonso Fernandes Duarte
Nasceu em 01 de Janeiro1884, signo de capricórnio.
Ereira, Montemor-o-Velho, Portugal.
Poeta, professor . . .
Formou-se em "Ciências Físico-Naturais, extinta Faculdade
de Filosofia, da Universidade de Coimbra.
Professor da "Escola Normal" de Coimbra, e afastado do
ensino pela ditadura, em 1932. Professor do liceu
"Gil Vicente" em Lisboa . . .
Participou da revista "Águia"; "Contemporânea"; "Presença";
"Revista de Portugal"; "Seara Nova"; "Tríptico" (Coimbra,1924)...
 Faleceu 05 de março de 1958.
*
CANTOePALAVRAS
Cancioneiro de Pedras, 1912; Tragédia do Sol Posto,
1912; Rapsódia do Sol-nado, 1916;
Os Sete Poemas Lirícos, 1929;
Ossadas, 1947; Post-Scriptum de um Comatente,
1949; Sibila, 1950; Canto da Babilônia, 1952;
Canto de Morte e Amor, 1952; Obra Poética, 1956;
Lápides e Outros Poemas, 1960 . . .
*
I
Faz alto dia a grande Lua Cheia;
Somos ambos, sós de alma, no casal;
E volúpia de neve, a Lua ateia
As casas velhas com demãos de cal.
-
Postigos com luz baça de candeia,
Lábios mortos da noite sensual . . .
Em lúbricas de sono, pela aldeia,
A Lua ronda sobrenatural.
-
Seismam as casa pobres ao luar;
Beiraes de Humildes na maior desgraça
Com seu lindo ar de vida ao abandono.
-
- Silencio de almas! . . . E, no longe mar,
Trilhos de névoa aonde ninguém passa,
Horisontes sem fim . . . livido outono.
*
AFFONSO DUARTE
"Luar de Outono"
Revista "Águia" Vol.1
-
II
1-Avé-origem
Por teu ventre começa a minha vida,
Por teus olhos a estrela que me guia.
-Amor, que Deus te salve! - Avé-Maria,
Ceia de graça, ó bem-aparecida . . .
-
Por meu e por teu verbo de harmonia
Se fará eterna origem comovida
De outros fructos de Amor! - Avé-Maria,
Senhora da minh'alma apetecida, -
-
E meu sangue amoroso e productivo
Se fará carne e espirito fecundo,
Á tua imagem, noutro corpo vivo.
-
E assim ambos, Amor, iremos ser
Seio da vida originando o mundo
Por teu ventre bendito de mulher.
*
2-Amem-Amor
Ó Eleita da minh'alma e do meu gosto,
Como te encontro bem dentro de mim!
Que lindo fica o teu olhar, assim,
Quando meus olhos queimam o teu rosto.
-
Trago de lonfe os teus desejos . . .Todo
Cheio de mim vivo contigo imerso.
Quando nasceste ouviu-me Deus . . . A modo
Que foi, assim, meu coração teu berço.
-
Tu vives para mim tão casadinha,
Dá-se tanto minh'alma com a tua,
Que não sei qual das duas seja a minha.
-
Criei amor, bem dentro, aos meus desejos:
Amo a luz que a teu corpo me insinua
E abraço tonto o coração aos beijos.
*
AFFONSO DUARTE
"Misticismo da Carne"
Revista "Águia" Vol.1
(Mais Poemas. . . "NEGRAS CAPAS . . . POETAS DE COIMBRA",
pág. 196.)
▬▬
SÉRGIO DE CASTRO PINTO
Nasceu a 25 de abril de 1947, signo de touro.
João Pesssoa, Estado da Paraíba, Brasil.
Poeta, jornalista professor . . .
Formado em Ciências Jurídicas e Sociais, Faculdade de Direito,
Universidade Federal da Paraíba(U.F.Pb.)
Homenagens: Premio "Guilherme de Almeida", União
Brasileira de Escritores(U.B.E.)
*
CANTOePALAVRAS
Gostos Lúcidos, 1966;
O Circo da Memória; Zôo Imaginário . . . .
*
1º. a máquina é arma
revólver que me resolve.
-
2º. a máquina
tem no seu olho(pupila)
a sua m(ira).
-
3º. da máquina,
se está à minha frente,
sinto-me rendido
externo e internamente.
-
4º. da máquina
(se acionado o gatilho),
sinto como se houvesse
um pássaro no meu riso.
-
5º. da máquina sai a negativa,
(sou revelado),
negativa de mim mesmo
retrato.
*
SÉRGIO CASTRO PINTO
"Quando a Máquina é Revolver"

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