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Ó castrejinha do monte,
Que deitas no teu cabelo?
Deito-lhe água da fonte
E rama de tormentelo.
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Em pereira este cruzeiro
Engalado de flores
Guardo dentro de si
Grandes juras de amor.
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Dizem que o amor é morte
Aí quem me dera morrer
Mais vale morrer de amores
Do que sem eles viver.
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Ai ó linda
Eu hei de te amar
Se não for por um dia
É à noite ao luar.
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Ao luar vou te amar
Porque sofro de amores
Por ti espero meu amor
Neste cruzeiro de flores.
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Era uma vez uma mulher que tinha um filho e uma
filha. Um dia a mãe mandou o filho buscar cinco
réis de tremoços e depois disse para os dois:
- Meus filhos, até onde acharem as casquinhas de
tremoços, vão andando pelo caminho fora, e em
chegando ao mato lá me hão de encontrar apanhando
lenha.
Os pequenos assim fizeram.
Depois de a mãe sair, foram andando pelas cascas de
tremoços que ela ia deitando para o chão, mas não
a encontraram.
Como já era noite, viram ao longe uma luz acesa.
Foram caminhando para lá e viram uma velha a
frigir bolos.
A velha era cega de um olho, e o pequeno foi pela
banda do olho cego e furtou-lhe um bolo, porque
estava com muita fome.
Ela, julgando que era o gato, disse:
-Sape, gato! Bula que não bula, que te importa a ti?
O pequeno disse para a irmã:
Agora vai lá tu!
A pequena respondeu:
- Não vou lá que eu pego-me a rir!
O pequeno disse que ela havia de ir, e a irmã não
teve mais remédio, e foi. Foi pelo lado do olho cego
e tirou outro bolo.
A velha, que julgava outra vez que era o gato, disse:
- Sape, gato! Bula não bula, que te importa a ti?
A pequena largou-se a rir.
A velha voltou-se, viu os dois pequenos e disse para eles:
- Ai, sois vós, meus netinhos! Comei, comei, para engordar.
Depois agarrou neles e meteu-os num caixão cheio
de castanhas.
No outro dia chegou ao caixão e disse para eles:
- Deitai os vossos dedinhos, meus netinhos, que é para
ver se estais gordinhos.
Os pequenos deitaram o rabo de um gato, que acharam dentro
do caixão.
-Saí, meus netinhos, que já estão gordinhos.
Tirou-os para fora do caixão e disse-lhes para irem à
lenha com ela.
Os pequenos foram para o mato por uma banda, e a
velha por outra.
Quando chegaram a um certo lugar, encontraram uma fada.
A fada disse-lhes:
Andais à lenha, meninos, para aquecer o forno. mas a velha
quer assar-vos nele!
Depois contou que a velha havia de dizer para eles:
"Sentai-vos, meus netinhos, nesta pazinha, para ver balhar
dentro do forno!" E que eles lhe haviam de dizer
que se sentasse ela primeiro, para eles verem como era.
A fada foi-se embora.
Daí a pouco encontraram-se os pequenos com a velha no mato.
Apanharam a lenha toda que tinham cortado e foram para
casa acender o forno.
Depois de acenderem o forno, a velha varre-o muito bem
varrido e depois disse para eles:
- Sentai-vos, meus netinhos, nesta pazinha, para
vos ver balhar dentro do forno!
Os pequenos responderam como a fada os tinha ensinado:
- Sentai-vos aqui primeiro, avózinha, nesta pazinha.
para nós vermos vermos balhar dentro do forno!
A velha, como queria assá-los, sentou-se na pá,
e eles mal a viram sentada, empurraram a pá para
dentro do forno.
A bruxa deu um grande estouro e morreu queimada,
e os pequenos ficaram senhores da casa e de tudo quanto
ela tinha.
*
OS DOIS PEQUENOS E A BRUXA
Contos Populares Portugueses
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"Cozinha tipica"
Hoje artesanato do interior de Portugal.
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Hoje artesanato do interior de Portugal.
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Ó senhora da Saúde
'stais num alto tão subido
a fazer tantos milagres
que por Deus é permitido!
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Tu olhas p'ra mim de trombas,
eu p'ra ti, costas viradas;
se te dói os calcanhares,
bota-lhe ortigas pisadas.
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FOLCLORE PORTUGUÊS
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Porque fui dançar na boda,
Em que foi que te ofendi?
Andei sempre à roda, à roda,
Mas sempre à roda de ti.
*
FOLCLORE PORTUGUÊS
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