quinta-feira, 26 de março de 2009

163 - " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "

"Barco" Ilha da Madeira

FRANCISCO DE VASCONCELOS
Francisco de Vasconcelos
Coutinho
Nasceu em 1665, Funchal, Ilha da Madeira, Portugal.

Poeta...
Estudou na Universidade de Coimbra,1686 a 1697. . .
Estilo barroco.
Faleceu em 1723.
*
CANTOePALAVRAS
Feudo do Parnaso, 1729,
Hecatombe Métrico, 1729. . .
*
Ramanhete animado, flor do vento,
Que alegremente teus ciúmes choras,
Tu, cantando teu mal, teu mal melhoras,
Eu, chorando meu mal, meu mal aumento.
-
Eu digo minha dor ao sofrimento,
Tu cantas teu pezar a quem namoras,
Tu esperas o bem todas as horas,
Eu temo qualquer mal todo o momento.
-
Ambos agora estamos padecendo
Por decreto cruel do Deus Menino,
Mas eu padeço mais só porque entendo.
-
Que é tão duro e cruel o meu destino,
Que tu choras o mal que estás sofrendo,
Eu choro o mal que sofro e que imagino.
*
FRANCISCO DE VASCONCELOS
"A um Rouxinol Cantando"
Soneto


DALILA TELES VERAS
Dalila(Isabel Agrela) Teles Veras
Nasceu em 1946, Funchal, Ilha da Madeira
Poetisa, mora no Brasil desde 1957, São Paulo e Santo André...
*
CANTOePALAVRAS
*
Lições de Tempo, 1983; Inventário Precoce, 1983;
Madeira; do Vinho à Saudade, 1989;
Elemento em Fúria, 1989;
Forasteiros Registros Nordestinos, 1991;
A Palavraparte, 1996; À Janela dos Dias, 2002;
Vestígios, 2003; Solilóquios, 2005;
Retratos Falhados, 2008 . . .
*
I
Compulsivamente
fotografa:
a flor
o jardim
o cão
a paisagem
a mobilia
a casa
o carro
os filhos
os netos
ele mesmo
foto da foto
-
aprisiona o olhar
ignorando a finitude
frágil e derradeiro legado.
*
DALILA TELES VERAS
"Meu Pai, no acaso"
*
II
Metrópole sem ar
pernas abertas
ao Sol de néon
acoberta e ignora
sufoca e abriga
seus filhos(cidadãos e bandidos)
em grande estilo de mãe piedosa
-
A dor em São Paulo é guardada em potes
(como faziam as mães com as compotas)
dia virá, o grito certeiro
cuidará de abrir os vidros
:sabores a descoberto.
*
DALILA TELES VERAS
"São Paulo"
A Janela dos Dias


YOLANDA MARAZZO
Yolanda Marazzo Lopes da Silva
Nasceu 16 de dezembro de 1927, signo de sagitário.
Mindelo, S. Vicente, Cabo Verde.
Poetisa, escritora . . .
Faleceu em 2009.
*
CANTOePALAVRAS
Poesia de Intervenção, 1976 . . .
*
Nha terra e quel piqinino
É São Vicente é que di meu
-
Nas praias
Da minha Infância
Morrem barcos
Desmantelados.
-
Fantasmas
De pescadores
Contabandistas
Desaparecidos
Em qualquer vaga
Nem eu sei onde.
-
E eu sou a mesma
Tenho dez anos
Brinco na areia
Empunho os remos . . .
Canto e sorrio . . .
A embarcação
Para o mar!
É para o mar! . . .
-
E o pobre barco
O barco triste
Cansado e frio
Não de moveu.
*
YOLANDA MARAZZO
"Barcos"


AMÉRICO CORTÊS PINTO
Nasceu a 14 de dezembro de 1896, signo de sagitário
Cidade de Leiria, Portugal.
Poeta, Médico, Faculdade de Medicina,
Universidade de Coimbra.
Fundador da Revista "Ícaro", juntamente com Alfredo Brochado,
Cabral do Nascimento e outros . . .
Homenagens: Prémio "Antero de Quental", e Prémio "Alexandre
Herculano"; Estátua em Leiria . . .
Faleceu em 30 de novembro de 1979.
*
CANTOePALAVRAS
Lágrimas e Sorrisos, 1912; Senhora da Renuncia, 1918;
Poema da Tentação, 1922; Os Perigos da Castidade, 1934;
A Alma e o Deserto, 1941; O Menino Jesus em Portugal,
1941; Da Famosa Arte de Imprimação, 1947;
Santos de Portugal, 1956 . . .
*
Tua lembrança é um lago
Onde a Saudade adormece . . .
Minha alma um buzio - afago
Uma voz que nunca esquece . . .
-
Teus dedos são despedidas . . .
E os Teus silencios, baladas
Cantando em harpas perdidas
De Igrejas abandonadas . . .
-
Naus que partiram, Teus olhos
O meu desejo embarcou . . .
São frotas de Pedro Sem . . .
-
Horas mortas. . . noite . . . escolhos . . .
Maré-sonho . . .quem voltou? . . .
- Naus de naufrágio . . . Ninguém!

. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

O meu olhar para a frente
É o meu orgulho a rir! . . .
Ele é a escada fulgente
Por onde Eu hei de subir! . . .
-
Sou Cruzado de Alegria,
-Teimo em vencer - por Divisa,
E é Tua voz de harmonia
Um canto que me hypnotisa . . .
-
Quando Te vou a alcançar,
Foges subito no ar,
E os Teus dedos como fusos.
-
Apontam, na tarde calma,
Vagos Palacios-Confusos
Onde perder a minha alma . . .
*
AMÉRICO CORTÊS PINTO
"Senhora da Renuncia"(fragmento)
Senhora da Renuncia
(Mais Poemas . . . "NEGRAS CAPAS . . . POETAS DE COIMBRA",
pág. 182)

JOÃO CABRAL DO NASCIMENTO
Mário Gonçalves(pseudónimo)
Nasceu a 22 de março de 1897, signo de áries.
Funchal, Ilha da Madeira, Portugal.
Poeta, doutorou-se em Direito 
na Universidade de Coimbra.
Participou em várias revistas . . .
Faleceu 02 de Março de 1978.
*
CANTOePALAVRAS
As Tres Princesas Mortas num Palácio em Ruinas, 1916;
Além-Mar, 1917; Hora de Nôa, 1917;
Alguns Sonetos, 1924; Litoral, 1932; Cancioneiro, 1943;
Confidência, 1945; Digressão, 1953; Fábulas, 1955 . . .
*
Capa da revista "Oceanos"
I
Ano e dia no mar alto,
Assim como a lenda reza . . .
(E todos em sobressalto,
Numa tão funda tristeza!)
-
Ano e dia no mar alto,
Sem ver terra portuguesa!
Sempre o mar, mar de cobalto;
Sempre o céu, céu de turquesa.
-
Fazem-se preces e juras,
Porém nas ondas escuras
Nada ainda se descobre.
-
Foi-se a Nau, Sobre águas mansas,
Tão rica então de esperança . . .
Mas, se voltar, volta pobre.
II
Ora uma tarde, ao Sol poente,
Surgem velas muito além,
todo o povo anda contente,
Não se sabe o que ali vem.
-
Erguem as mãos loucamente,
Fazem sinais, e ninguém
Desvia os olhos . . . Na frente
A sombra desce também.
-
Os sinos tocam, distantes.
E murmúrios triunfantes
Sobem. A tarde suspira.
-
Mas na terra, que se estende,
Ninguém agora se entende,
Ninguém já sabe o que vira.
III
Vem de envolta com a bruma,
Como uma flor flutuante
Que se abre, esfolha e perfuma
O céu e a terra distante.
-
Gaivotas brancas, na espuma;
Passa-lhe à proa arrogante,
E as ondas, uma por uma,
Trazem o barco hesitante.
-
Descem as velas. Agora
Voltam risos com a aurora,
A vida torna de novo.
-
E os gritos crescem ano ar,
Crescem as ondas do mar
E crescem ondas de povo.
IV
Meio-Dia. O Sol aquece.
A esbelta nau aportou.
E dentro dela aparece
Toda a gente que embarcou.
-
Mais formosa já parece
A nave que os embalou.
E o que chega, tomba e esquece
Nos braços do que ficou.
-
Na igreja, que ao Mar defronta;
Rezam-se missas sem conta
E Deus se alegra de vê-los.
-
E entre brados e vitórias,
Contam-se lendas, histórias,
De arrepiar os cabelos . . .
*
JOÃO CABRAL DO NASCIMENTO
"Variações"

CARNEIRO GONÇALVES
António Carneiro Gonçalves
Nasceu a 21 de junho de 1941, signo de cancer.
Moçambique
Poeta . . .
*
CANTOePALAVRAS
Contos e Lendas, 1980 . . .
*
▬ Faz-me perguntas ▬ pediu. Encontrava-o todas as
tardes à porta do mesmo bar. Normalmente entrávamos,
bebiamos um copo e íamos para casa. Conversávamos pouco.
Nestes últimos dias andava esquisito.
▬ Que espécie de perguntas?
▬ Sei lá . . . Pergunta-me se sonhei, por exemplo.
Eu estava sério. Estudava-lhe o aborrecimento, aquele
desapego sem medida por todas as coisas.
▬ Sonhaste?
▬ Sonhei.
Ficámos calados, Pôs-se a olhar para mim e insistiu:
▬ Então?
▬ Então o quê?
▬ Pergunta com quem sonhei.
E eu:
▬ Com quem sonhaste?
▬ Com duas mulheres.
Ficámos calados. Voltou a insistir:
▬ Então?
▬ Então o quê?
▬ Pergunta mais coisas. Pergunta tudo o que se pode
perguntar acerca de um sonho. Já sabes que sonhei
com duas mulheres. O resto é fácil, não te parece?
▬ Claro. Vou perguntar-te tudo o que é possível
perguntar acerca de um sonho.Ora ouve:
▬ Conhecias as mulheres do sonho?
Não me parecia mais pertubado que de costume.
▬ Conheço sempre as mulheres com quem sonho.
▬ Isso é mau. Devíamos sonhar com as outras.
E ele, rápido:
▬ Deixa-te de considerações e faz perguntas.
▬ Que te aconteceu no sonho?
▬ Essa pergunta é para mais daqui a um bocado.
Pergunta onde passámos a noite.
Perguntei.
▬ No meu quarto. Não em minha casa, mas no meu quarto.
Sabes que há tipos com sorte, casam com mulheres
giras, bonequinhas, uma coisa compensa a outra e a
vidaleva-se. Agora a mim calhou-me cá um estafermo . . .
como querias que fosse em minha casa?
▬ Então de quem era o quarto?
▬ Era meu.
▬ Tens algum apartamento?
Riu com suavidade.
▬ Não é isso. Era meu no sonho. Não tenho apartamento,
não tenho automóveis. Tenho todos os requerimentos
da Repartição, montanhas de papéis. Tiranos polidos,
ditadores intratáveis, fazen-me um cerco de
estrategas.
▬ Também tens um filho.
Falei-lhe nele porque era preciso dizer alguma coisa.
O seu aborrecimento era contagioso e suspicaz:
via em cada palavra um retiro, açoitava-se à
claridade amiga das coisas mais simples.
▬ Tenho. Digo-lhe a todos os almoços que não deve
comer com as mãos. Mas o tipo insiste e eu qualquer
dia desisto. Passamos todos a comer com as mãos e pronto.
▬ Já posso perguntar o que aconteceu no sonho?
▬ Ainda não. Pergunta primeiro quem eram as mulhers.
Perguntei.
▬ As mesmas ▬ retorquiu ▬ que encontro aqui várias
vezes quando estamos a beber um copo.
▬ Ah sim?
Deu de ombros.
Ficámos calados. E ele, de novo:
▬ Já podes fazer aquela pergunta.
▬ Que te aconteceu no sonho?
▬ Estávamos nus e foi o diabo. Sentia no corpo
a contensão que inquieta os touros nos curros.
Um garanhão incísivo. Incísivo e com um fôlego
de se lhe tirar o chapéu, sabes o que isso é?
O fôlego dava as mãos à imaginação e depois
de fazermos muitas coisas lembro-me de ter
agredido com os calcanhares a cauda de um
cometa.
▬ Bravo. E isso durou toda a noite?
▬ A noite toda.
Ficou calado. A seguir.
▬ Pergunta o que aconteceu quando o sonho
acabou?
▬ Que aconteceu?
Não respondeu. Deixei passar alguns momentos
e repeti a pergunta.
▬ Que aconteceu quando o sonho acabou?
▬ Aborreci-me. À tarde vim até aqui beber
um copo. Foi naquele dia em que adoeceste.
Mal entrei encontrei as duas. Riam ao balcão.
▬ Quais duas?
▬ As duas mulheres do sonho, ora quem havia de ser.
▬ Ah sim?
▬ Agora não faças perguntas. Estavam as duas e
disseram-me ao mesmo tempo: "Olha, esta noite
sonhamos contigo." Desatei a rir. E elas, sempre as duas
"Onde é que está a piada? O que tem graça, disseram ainda,
foi termos na mesma noite sonhado as duas contigo;
estávamos, quando entraste, a contar o sonho uma à outra"
Eu disse-lhes que também tinha sonhado com elas.
Curioso como acreditaram logo.
Podes continuar a perguntar.
▬ E depois?
▬ Depois o quê?
▬ A história acaba aí?
▬ Claro que não.
▬ que fizeram depois?
▬ Convidei-as para a minha mesa e combinámos
transferir o sonho para o quarto de uma delas.
Concordaram. Mas antes disso, talvez para comemorar,
mandámos vir bacalhau e umas tantas garrafas
de vinho.
▬ E depois?
▬ Depois o quê?
▬ Comeram o bacalhau?
▬ Comemos e bebemos muito. As coisas embrulharam-se
porque elas beberam bastante. Fomos conforme
pudemos para o quarto e ainda não nos tinhamos
despido totalmente já estávamos a dormir.
Quando acordei havia nódoas de vinho por todo
o lado, não era possível fazer fosse o que fosse.
Sabes que estou casado com um estafermo e lembrei-me
disso. Mas fazer ali alguma coisa era como desovar
num barril. Aqueles diabos até o vinho conseguiram
prostituir: descia-lhes pelos seios, metia-se-lhes
pelas coxas.
▬ E depois?
▬ Vesti-me e vim para a rua.
▬ E agora?
▬ Acaba lá com as perguntas. Sabes o que me apetece?
Qualquer dia pego nem remo e fujo. Mato adiante,só
paro quando tropeçar na primeira aldeia. Logo que veja
um homem: "Sabes o que é isto?", e mostro-lhe o remo.
Se ele disser que é um remo continuo a fugir.
Juro-te que ninguém me agarra.
Fugirei até desentranhar nova aldeia, até que ela
me surja, por entre as franjas das árvores mais
altas da floresta, limpa como no princípio do
mundo. E logo que veja o primeiro homem
pergunto: "Sabes o que é isto?" E se mesmo assim
ele disser que é um remo, continuarei a fugir.
Quando enfim encontrar o homem que for capaz
de dizer que aquilo é uma pá de moinho,
espeto o remo no chão, instalo-me e recomeço a viver.
*
CARNEIRO GONÇALVES
"O Remo"(conto)
Contos e Lendas


CLAUDIO JOSÉ NUNES
Nasceu em 1831, cidade de Lisboa, Portugal.
Poeta, politico.
Estilo Parnasiano...
Faleceu 1875.
*
CANTOePALAVRAS
Cenas Contemporâneas, 1873.
_________

Neto de cem avós de nome conhecido!
Herdeiro do esplendor da lança e da couraça!
Eu tenho, como tu,em cima do apelido,
Também o meu brasão eo timbre de uma raça!
-
Tu mostras de teus pais a histórica estatura
A semear de glória o chão da heroicidade;
Eu mostro o braço vil da minha gens obscura
A granjear no solo o pão à humanidade!
-
E dessa glória até, se lhe chega ao funso,
Também cada um de nós o espólio lhe arrecada;
Tu dizes: foi meu pai quem conquistou o mundo!
Eu digo: foi o meu quem lhe  forjou a espada!
-
Homem de sangue azul! eu, o vilão provado
Que, quando a vista atrás um século volvesse,
Não poderia achar, nas trevas do passado,
Nem um livro sequer no qual meu nome lesse.
-
D'erguida fronte, digo: em cousas de grandeza,
Colega, dá-me a tua mão! tu vales o que eu valho.
A tua vem do  rei e chama-se - a Nobreza!
A minha vem do povo e chama-se - o Trabalho!
----
CLÁUDIO JOSÉ NUNES


"Duas Nobrezas"



JOÃO RASTEIRO
Nasceu em 1965, Ameal, Coimbra.
Poeta, ensaísta, e tradutor . . .
Universidade de Coimbra "estudos Portugueses e
Lusófonos", 1999.
Publicou poemas em diversos países e revistas . . .
Homenagens: Premio Concurso de Poesia
"Cinco Povos, Cinco Nações", 2004; Premio Absoluto
(cantores estrangeiros) Concurso Internacional "Poesia Prosa
e Artifigurative II Convivio" Verzella, Itália, 2004 . . .
*
CANTOePALAVRAS
A Respiração das Vértebras, 2001; No Centro do
Arco, 2003; Os Cílios Maternos, 2005; O Búzio de
Istambul, 2008; Pedro e Inês ou As Madrugadas
Esculpidas, 2009 . . .
*
I
Golpes lentos no final da chuva
que se espraia fina sob a garganta
cozida no cio ancestral dos corpos
esculpidos nas linguagens do polén,
-
pelo sopro inesgotável da pele
roxa a boca como gloriosa gôndola
consumindo-se na gusa dos sentimentos
*
JOÃO RASTEIRO
Fragmento . . .
Pedro Inês ou As madrugadas Esculpidas
*
II
Hoje corri todos os jardins da terra,
e estou ao pé de ti de mãos vazias meu amor,
os jardins só respiram esse fulgor desnudado
a rutilar caligrafias mesmo no centro da pedra.
-
Amanhã voltarei a correr todos os jardins
ao ritmo quase imóvel de um segredo,
num múrmurio que preserve o alento
para mergulhá-lo numa boca de mulher.
-
Hei-de correr todos os jardins sagrados
que habitam subtis, e espessos labirintos,
e encontrar os vocábulos das pétalas da rosa
que unem o interdito ao centro das palavras.
-
E é como se as rosas nascessem dos dedos
como uma raiz imitando os frutos
meu amor.
*
JOÃO RASTEIRO
"Poema dos Jardins Ausentes"
















"Meu Jardim" Foto LuisD.
VILSON MELO CORREA
Nasceu em 26 de Janeiro de 1955, 
Santa Vitória do Palmar, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil.
Poeta. Membro da União Brasileira de Escritores (U.B.E.)...
escreve para vários jornais...

*
CANTOePALAVRAS
A Passagem do Tempo, 1982...
I
São pretos os corações,
São pretos...
De maldade e egoísmo,
De ira e crueldade.
São pretos de fuligem,
Que tiram a visão,
Que aumentam a tensão
E fazem caminhar torto e sem rumo.
São pretos os corações dos homens
Que tem os olhos dentro dos bolsos.
*
VILSON MELO CORRÊA
"Visão"
*
II
Um grito inflamado de revolta, voltou passivo
E como eu.
Você, era nativo da terra triste que ficou criança.
No peito ainda a esperança de ver nascer o Sol da liberdade,
Ter sentimentos, dor, amor, saudade;
Um misto de ódio e paciência.
E quando tiver independência,
Será um homem cheio de revolta,
Cheio de dor,
Pois cresceu criança.
*
VILSON MELO CORRÊA
" Nascer do Sol"
*
III
Despertai...
Pois já amanheceu
E numa festa de cores, o Sol
Alegra o mundo neste amanhecer.
-
Despertai...
Chegou um novo dia
E nas cores que o Sol irradia
Esta a minha ânsia de viver.
-
Despertai...
Crianças, velhos, moços
Vai na janela sentir a beleza
É Sua Majestade, o Sol, que chega.
-
Despertai...
A vida é tão bela
Olhe esse raio de Sol, pela janela
que na Terra-Mãe se aconchega.
*
VILSON MELO CORRÊA
"Despertai..."

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