terça-feira, 22 de setembro de 2009

01 - Paio Soares de Taveiroos " OS ETERNOS MOMENTOS DE POETAS E PENSADORES DA LINGUA PORTUGUESA "

"Arte", LuisD.
Ut picture poesis (latim)
A poesia(é) como a pintura.
*
Horácio
(Arte Poética)
*
Verba volant serpita manent (latim)
As palavras voam, os escritos ficam.
*
provérbio
*
Nascuntur poetae, fiunt oratores (latim).
Os poetas nascem, os oradores fazem-se.
*
provérbio
*
Qui seribit, bis legit (latim)
Quem escreve lê duas vezes.
provérbio


PAIO SOARES DE TAVEIROOS
Nasceu no século XII, em Portugal, ou Galiza(?)
Trovador de família nobre, compôs a primeira cantiga,
que se tem conhecimento, em Portugal chamada "Cantiga
de Ribeirinha" ou "Cantiga Guarvaya", 1189, dedicado a
D. Maria Pais Ribeiro, dama da côrte, filha de D. Pai Moniz,
ela, segundo pesquisadores amante de D. Sancho I¹.
cantavam em Galaico-Português(português arcaico)
*
CANTOePALAVRAS
Cantigas d'Amor; Cantigas d'Amigo. . .
*
I
No mundo non me'ei parelha,. . .No mundo não conheço quem se compare
Mentre me for como me vay,. . .a mim enquanto eu viver como vivo,
Ca ja moiro por vós - e ay!. . .pois eu morro por vós - ai!
Mia senhor branca e vermelha,. . .pálida senhora de face rosada,
Queredes que vos retraya,. . .quereis que vos retrate
Quando eu vos vi en saya!. . .quando eu vos vi sem manto!
mao dia me levantey,. . .infeliz o dia em que acordei,
Que vos enton não vi fea!. . .que então eu vos vi linda!
-
E, mia senhor, dês aquel di', ai!. . .E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
Me foi a mi mui mal,. . .as coisas ficaram mal para mim,
e vós, filha de Don Paay. . .e vós, filha de Dom Paio
Moniz, e ben vos semelha. . .Moniz, tendes a impressão
d'aver eu por vós guarvaya,. . .de que eu possuo roupa luxuosa para vós
pois eu, mia senhor, d'alfaya. . .pois eu, minha senhora, de presente
nunca de vós houve nen ey. . .nunca tive de vós nem terei
valia d'uma correa?. . .o mimo de uma correia.
*
PAIO SOARES DE TAVEIROOS
" Cantiga de Ribeirinha "
Cantiga d'Amor
C.A., 38
*
II
O meu amigo que mi dizia
que nunca mays migo viveria,
par Deus, donas aqui é já!
-
Que muyto m' el avia jurado
que me nõ visse, mays, a Deus grado,
par Deus, donas, aqui é já!
-
O que jurava que me nõ visse,
por nõ seer todo quant' el disse
par Deus, donas, aqui é já!
-
Melhor o fezo ca o nõ disse;
par Deus, donas, aqui é já!
*
PAIO SOARES TAVEIROOS
"O meu amigo que mi dizia"
" Cantiga d'Amigo
C.V., 239
D. Sancho I(¹)
Nasceu em 11 de novembro de 1154, signo de escorpião.
Coimbra, Portugal.
Segundo rei de Portugal, na primeira dinastia,
com o cognome de "O Povoador", 1185 a 1211, filho de
el rei D. Afonso Henriques e D. Mafalda.
Foi armado cavaleiro, 1170 pelo D. Afonso Henriques
Casou com D. Dulce, filha de D. Raimundo "Conde de
Barcelona". D. Sancho I, era bisavô do Rei Dom
Denis " O Trovador ".
D. Sancho I, foi coroado na Igreja de Sé Velha, Coimbra.
Coimbra foi a capital do seu reino.
Uma cruz, hoje chamada "Cruz de D. Sancho I", que por
ele foi doada, ao "Mosteiro de Santa Cruz", uma das mais
antigas relíquias, da ourivesaria portuguesa, encontra-se
exposta no "Museu Nacional de Arte Antiga", Lisboa, Portugal.
D. Sancho I, no seu reinado doou certa quantia, para que
os monges do "Mosteiro de Sta. Cruz", estudassem na França.'
Sua côrte, era visitada por vários trobadores (trovadores)
inclusive, Paio Soares de Taveiroos (Trovar d'Amor).
Seu corpo, foi sepultado no "Mosteiro de Santa Cruz",
em Coimbra, Portugal, junto com
el rei D.Afonso Henriques, seu pai.
Faleceu, 26 de março de 1211.
*
CANTOePALAVRAS
Cantigas(trovar). . .
*
Ay eu, coytada, como vyvo
en gram cuydado por meu amigo
que ey alongado! muyto me tarda
o meu amigo na Guarda!
-
Ay eu, coytada, como vyvo
en gram desejo por meu amigo
que tarda e non vejo! muyto me tarda
o meu amigo na Guarda!
*
"Tumulo de D. Sancho I""
Mosteiro de Santa Cruz, Coimbra, Portugal.

D.SANCHO I
"Ay eu, coytada, como vyvo"
Cantiga d'Amigo
C.B.N., 456
*
Camões Os Lusíadas e D. Sancho I
*
Sancho, forte mancebo, que ficara
Imitando seu pai na valentia,
E que em sua vida já se exprimentara,
Quando o Bétis de sangue se tingia
E o bárbaro poder desbaratara
Do Ismaelita Rei de Andaluzia,
E mais quando os que Beja em vão cercaram,
Os golpes de seu braço em si provaram;
-
Despois que foi por Rei alevantado,
Havendo poucos anos que reinava,
A cidade de Silves tem cercado,
Cujos campos o Bárbaro lavrava.
Foi das valentes gentes ajudado
Da Germânica armada que passava,
De armas fortes e gente apercebida,
A recobrar Judeia já perdida.
-
Mas a fermosa armada, que viera
Por contrastes de vento àquela parte,
Sancho quis ajudar na guerra fera,
Já que em serviço vai do santo Marte.
Assi como a seu pai acontecera,
Quando tomou Lisboa, da mesma arte
Do Germano ajudado, Silves toma
E o bravo morador destrui e doma.
-
E, se tantos troféus do Maometa
Alevantando vai, também do forte
Leonês não consente estar quieta
A terra, usada aos casos de Mavorte,
Até que na cerviz seu jugo meta
Da soberba Tuí, que a mesma sorte
Viu ter a muitas vilas suas vizinhas,
Que, por armas, tu, Sancho, humildes tinhas.
*
LUIS DE CAMÕES
" Estrofe 85 a 89, Canto III "
Os Lusíadas
*
Um dos documentos mais antigos escritos, ainda numa língua
meio português??!!( hoje, existem dúvidas, quanto a antigüidade.) . . .
Documento, no "Mosteiro de Vairão"(Mosteiro de S. Bento), beneditino
construido por volta de 1035, Vila do Conde, Porto. Hoje está no
arquivo da "Torre do Tombo", publicado por João Pedro Ribeiro.
Documento, consta de uma escritura de partilhas entre os
irmãos, Rodrigo, Vasco(Váásco), Mem(Méén), e Elvira Sanches
(Sanchiz), dos haveres, herdados de seus pais.
*
In Christi nomine. Amen. Hec est notitia de partiçon e de devison
que fazemos antre nos dos herdamentus e dos coutos e
das onrras e dos padruadigos das eugreygas que forum de
nossu padre e de nossa madre en esta maneira:
que Rodrigo Sanchiz ficar por sa partiçon na quinta do couto
de Viíturio e na quinta do padrcadigo dessa eygreyga,
en todolus herdamentus do couto e de fora do couto:
Váásco Sanchiz ficar por sa partiçon na onrra d'Ulveira e no
padroadigo dessa eygreyga, en todolus herdamentus d'Oliveira
e em úú casal de Carapezus que chamam da Ulvar e en outro
casal en Agiar, que chamam Quintáá;
Méén Sanchiz ficar por sa partiçon na onrra de Carapezuz e
nus outros herdamentus e nas duas partes do padroadigo
dessa eygreyga e no padroadigo da eygreuga de Creysemil
e na onrra e no herdamento d'Arguiffi e no
herdamento de Lavoradas e no padroadigo dessa eygreyga:
Elvira Sanchiz ficar por sa particon nos heramentos de
Centegús e nas tres quartas do padroadigo dessa eygeyga e no
herdamento de Creyximil, assi us das sestas come u outro
herdamento. Estas particoens e devisoes fazemos antre nos,
que vallam por en secula seculorum. Amen.
(Facta Karta mensse Marcij e. m.ª cc.ª xxx.ª
Vaasco Suariz, testis. Vermiúú Ordiniz, testis.
Méén Farripas, testis. Gonsalvu Vermiz, testis.
Gil Diaz, testis. Dom Martio, testis. Martin Periz, testis.
Don Stepham Suariz, testis.
Ego Johanes Menendi, presbyter notavit).
*
João Pedro Ribeiro
1192(?)
AUTO DE PARTILHAS







Nenhum comentário: