CRISTOVÃO DE ALBUQUERQUE
Ó vinho, licor famoso,
A ventura devo-a ti.
Quando hoje no mundo gozo!
Quando outr'ora padeci!
CRISTOVÃO DE ALBUQUERQUE
" O Bêbedo "
▬▬
D. AMÉLIA JANNY
A capa dos estudantes
É como um jardim de flores
Toda cheia de remendos,
Cada um de várias côres!. . .
D. AMÉLIA JANNY
" Sem Título "
▬▬
JOÃO ANTUNES
João Augusto Antunes
(Joam Antunes)
**
Tenho aqui, em Coimbra, uma fábrica,
Dirigida por lentes, reitor
Em que faço, por ano, sem falta
Bacharéis, uns noventa. . .a vapor!
JOÃO ANTUNES
"Sem título "
▬▬
GREGÓRIO DE MATOS
Gregório de Matos Guerra
Nasceu a 07 de abril de 1623, signo de áries,
Salvador, capital do Estado da Bahia, Brasil.
Filho de português e baiana, irmão de
Eusébio de Matos, estudou num colégio de
**
Tenho aqui, em Coimbra, uma fábrica,
Dirigida por lentes, reitor
Em que faço, por ano, sem falta
Bacharéis, uns noventa. . .a vapor!
JOÃO ANTUNES
"Sem título "
▬▬
GREGÓRIO DE MATOS
Gregório de Matos Guerra
Nasceu a 07 de abril de 1623, signo de áries,
Salvador, capital do Estado da Bahia, Brasil.
Filho de português e baiana, irmão de
Eusébio de Matos, estudou num colégio de
Jesuitas, em Salvador. estudou na
Faculdade de Direito, na Universidade de Coimbra(1661). . .
Faleceu em 1696, Recife, Estado de Pernambuco, Brasil.
CANTOePALAVRAS
Sacra; Lírica; Graciosa. . .
*
I
Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado,
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mim abundante.
-
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
-
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
-
On, se quisera Deus, que de repente,
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
GREGÓRIO DE MATOS
"À Cidade da Bahia" (fragmento)
*
Faleceu em 1696, Recife, Estado de Pernambuco, Brasil.
CANTOePALAVRAS
Sacra; Lírica; Graciosa. . .
*
I
Triste Bahia! ó quão dessemelhante
Estás e estou do nosso antigo estado,
Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
Rica te vi eu já, tu a mim abundante.
-
A ti trocou-te a máquina mercante,
Que em tua larga barra tem entrado,
A mim foi-me trocando e tem trocado
Tanto negócio e tanto negociante.
-
Deste em dar tanto açúcar excelente
Pelas drogas inúteis, que abelhuda
Simples aceitas do sagaz Brichote.
-
On, se quisera Deus, que de repente,
Um dia amanheceras tão sisuda
Que fora de algodão o teu capote!
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .
GREGÓRIO DE MATOS
"À Cidade da Bahia" (fragmento)
*
(Mais Poemas . . ."Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Língua Portuguesa", pág.16.
▬▬
▬▬
Camilo d'Almeida Pessanha
Nasceu em07 de setembro de 1867, Coimbra, Portugal.
Filho de capa negra e uma tricana.
Filho de capa negra e uma tricana.
Estudou Direito, na "Universidade de Coimbra",
Estilo Simbolista.
Faleceu em 01 de Março de 1926, Macau.
*
*
CANTOePALAVRAS
Clepsidra (nome de um relógio d'água), 1944;
Moisés. . .
*
*
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
- Perdida voz que entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora.
-
-
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora. . .
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
-
-
E a orquestra? E os beijos?Tudo a noite, fora,
-
-
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil. . . Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora. . .
*
CAMILO PESSANHA
*
CAMILO PESSANHA
"Ao Longe os Barcos de Flores"
*(Mais Poemas . . ."Os Eternos Momentos de Poetas e
*(Mais Poemas . . ."Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Lingua Portuguesa", pág.119.
▬▬ANTÓNIO DE NAVARRO
António de Albuquerque Labatt de Soutomaior
Navarro Andrade
Nasceu em 1902, Vila Sêco, Nelas, Portugal.
Faculdade de Leis da Universidade de Coimbra.
Participou da revista "Presença". . .
CANTOePALAVRAS
Poemas de Àfrica, 1941; Ave do Silêncio, 1942;
Poema do Mar, 1958;
Águia doida - Poemas de Àfrica, 1962. . .
*
I
Uma nota solta
De não sei que música
Vagueia flor em flor
Como abelha de som.
-
Não lhe sei a cor,
Não lhe sei o tom,
- Deve ser esquiva e nívea
E faltar com certeza
-
Ao compositor e poeta
Que sonhou a perfeição
E a beleza
Sem mácula, que lhe adoece
De buscar o coração.
-
Ah, se ela quisesse
Aninhar-se na minha alma!. . .
*
ANTÓNIO DE NAVARRO
"Poema XVI"
Ave do Silêncio
▬▬
ANTÓNIO FERREIRA
Nasceu em 1528, Lisboa, Portugal.
Estudou Direito Canônico, na
Universidade de Coimbra,1537, onde lecionou. . .
Estilo Renascentista.
Faleceu em 1569, Lisboa, Portugal.
*
CANTOePALAVRAS
Poemas Lusitanos, 1598; Bristo e Cioso; A Tragédia em Verso; Castro. . .
*
I
Aquela nunca vista fermosura,
Aquela viva graça, e doce riso,
Humilde gravidade, alto aviso,
Mais divina, qu'humana Real brandura.
-
Aquela alma inocente, e sábia, e pura,
Qu'entre nós cá fazia um paraíso,
Ante os olhos a trago, e lá a deviso
No Céu triunfar da morte, e sepultura.
-
Pois por quem choro, triste? Por quem chamo
Sobre esta pedra dura a meus gemidos,
Que nem me pode ouvir, nem me responde?
-
Meus suspiros nos Céus sejam ouvidos;
E em quanto a clara vista se m'esconde,
Seu despojo amarei, amei, e amo.
*
ANTÓNIO FERREIRA
"Outro"
Poemas Lusitanos
(Mais Poemas . . ."Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Língua Portuguesa", pág.13.
*▬▬
MANUEL RUI
Nasceu em 1941, Nova Lisboa, Angola, África.
Cursou Direito, na Universidade de Coimbra. . .
*
CANTOePALAVRAS
A Onda, 1973. . .
*
Uma onda
é amar-te e medo
ciúme deste mar
tan-tan do meu naufrágio
numa canoa de pétala
de acácia.
-
Ima jangada
que me tragas feita
de troncos de palmeira
ou de um barco de negreiros
afundado
e dentro de uma concha
uma notícia.
-
Amar-te é esta distância
e junto ao mar
senti-lo viajado
azul e com estrondo
-
Amar-te é uma fogueira
sobre a onda
sítio de uma lavra
de molho ou mandioca
na areia que me foge
sob a espuma.
-
Amar-te é isto
com o teu perdão
não agarrar a onda
e mastigar-lhe o sal
que apenas sei
ter já beijado
a tua praia.
-
Uma onda
que penso.
Outra em que reparo.
A mesma em que pensei
e que retorna ao mar.
-
Porque ficar a onda
- o impossível (dizem que não havia
mar
remos de Sol
nem barcos afundados).
*
MANUEL RUI
"Uma Onda e África"
A Onda
Nasceu em 1941, Nova Lisboa, Angola, África.
Cursou Direito, na Universidade de Coimbra. . .
*
CANTOePALAVRAS
A Onda, 1973. . .
*
Uma onda
é amar-te e medo
ciúme deste mar
tan-tan do meu naufrágio
numa canoa de pétala
de acácia.
-
Ima jangada
que me tragas feita
de troncos de palmeira
ou de um barco de negreiros
afundado
e dentro de uma concha
uma notícia.
-
Amar-te é esta distância
e junto ao mar
senti-lo viajado
azul e com estrondo
-
Amar-te é uma fogueira
sobre a onda
sítio de uma lavra
de molho ou mandioca
na areia que me foge
sob a espuma.
-
Amar-te é isto
com o teu perdão
não agarrar a onda
e mastigar-lhe o sal
que apenas sei
ter já beijado
a tua praia.
-
Uma onda
que penso.
Outra em que reparo.
A mesma em que pensei
e que retorna ao mar.
-
Porque ficar a onda
- o impossível (dizem que não havia
mar
remos de Sol
nem barcos afundados).
*
MANUEL RUI
"Uma Onda e África"
A Onda
(Mais Poemas . . ."Os Eternos Momentos de Poetas e
Pensadores da Lingua Portuguesa", pág.175).
▬▬
DOMINGOS CALDAS BARBOSA
Lereno Selenutino (pseudónimo)
Nasceu ou 1739, ou 1740 (?), no Rio de Janeiro,
Brasil. filho de português e mão escrava
angolana.
Estudou na Universidade de Coimbra, 1763.
Criador da "Modinha Mulato Brasileiro".
Percursor de Modinhas e Lundus( foi a base do samba).
Excelente instrumentista principalmente com a "Viola
de Arame". Patrono da "Academia Brasileira de Música".
Estilo Arcadista.
Internet site www.catalogo.bn.pt/pac20
*
CANTOePALAVRAS
Viola de Lereno; Poesia Brasileira Colonial;
Almach das Musas. . .
*
Uma menina
quer que lhe eu dê
Lições de amores
Por A B C:
-
A - é amante
Não ardilosa.
B - é benigna
Não boliça.
C - é constante
Não curiosa.
Tome, menina,
Lição gostosa.
-
Uma menina
Quer que lhe eu dê
Lições de amores
Por D E F :
-
D - delicada
Não desdenhosa.
E - engraçada
Não enganosa.
F - fiel
Não furiosa.
Tome, menina,
Lição gostosa.
-
Uma menina
Quer que lhe eu dê
Lições de amores
Por G J L ;
-
G - é galante
Mas não gulosa.
J - é ser justa
Não invejosa.
L - leal,
Não lacrimosa.
Tome, menina,
Lição gostosa.
-
Uma menina
Quer que lhe eu dê
Lições de amores
Por M N O
-
M - é ser meiga
Não mentirosa.
N - andar nédia,
Não enojosa.
O - obediente,
Nunca orgulhosa.
Tome, menina,
Lição gostosa.
-
Uma menina
Quer que lhe dê
Lições de amores
Por P Q R
-
P - é prudente,
Não preguiçosa:
Q - é quieta,
Nada queixosa.
R - risonha,
Não rigorosa.
Tome, menina,
Lição gostosa.
-
Uma menina
Quer que lhe eu dê
Lições de amores
Por S T V
-
S - é sincera,
Não suspeitosa.
T - é ser terna,
Nunca teimosa.
V - verdadeira
Nada vaidosa.
tome, menina,
Lição gostosa.
-
Uma menina
Quer que lhe eu dê
Lições de amores
Por X Z
-
X - xocarreira,
Pouco xorosa.
Z - zombateira,
Pouco zelosa.
Tome, menina,
Lição gostosa.
-
Uma menina
Quer que lhe eu dê
Lições de amores
Por A B C
-
Depois das letras
Bem decorar,
Quer que lhe ensine
A soletrar?
Tome sentido,
Vá devagar;
A. M. A. R.
Soletre amar.
-
Quero ensiná-la
Tim-tim por tim-tim;
E lições dar-lhe
Até ao fim.
Olhe, menina,Bem para mim,
S, I. M.
Diga-me sim.
-
Mas se lhe fala
Um maganão,
Então é outra
Nova lição:
A mão levante,
Dê bofetão.
N. Ã. O.
diga-lhe não.
*
DOMINGOS CALDAS BARBOSA
"Modinha do A B C de amor"
Viola de Lereno
Nenhum comentário:
Postar um comentário